“Aceitar Jesus constitui a revelação máxima de Deus”, afirma arcebispo de Porto Alegre
Porto Alegre (Quinta-Feira, 02-08-2010, Gaudium Press) Com o tema “A Salvação está entre nós”, o arcebispo metropolitano de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, Dom Dadeus Grings, discorre em seu mais recente artigo sobre as condições para alcançarmos a vida eterna. Ele inicia a reflexão destacando que só quem crê na divindade de Jesus consegue aceitar seus ensinamentos, e que existe aí um binômio indissociável: Deus e Jesus.
“Crer em Jesus é ver Deus de modo diferente, bem como aceitar o homem de modo novo. Em Jesus vê-se a face humana de Deus e a face divina do homem. Aceitar Jesus constitui a revelação máxima de Deus”, explica o arcebispo.
Para o prelado é importante lembrar que Jesus nasceu em uma estrebaria. Ele ainda salienta que Jesus viveu a maior parte de sua vida em uma aldeia desconhecida e mal afamada, começando sua vida pública na ‘fila dos pecadores’, pedindo ser batizado por João. “Contudo, apresentado como Filho de Deus, retrata o novo rosto de Deus. Este Deus não aparece como um Deus vitorioso e vingador, mas um Deus presente e sofredor”, enfatiza.
Dom Dadeus lembra que Jesus começou sua vida pública na ‘fila dos pecadores’, pedindo ser batizado por João |
Outra questão abordada pelo arcebispo diz respeito ao amor a Deus e ao próximo, pois o binômio do amor a Deus e ao próximo sintetiza a moral de Jesus Cristo. Segundo Dom Dadeus, essa é a condição para se possuir a vida eterna, que “vem retratada pelas duas moedas, dadas pelo Bom Samaritano ao hospedeiro para cuidar do ser humano, que lhe foi confiado até seu retorno”. Para possuir a vida eterna, acrescenta o religioso, é preciso aprender e ensinar a amar a Deus e o próximo.
O prelado afirma também que é na pregação de Jesus que está resumida toda a Lei e os Profetas, culminando com o envio do Espírito Santo, como amor de Deus derramado nos corações dos homens. “A vida de Jesus encontra-se sob o signo do binômio da morte e ressurreição. Passa pela Cruz. Este anúncio não só constitui o centro da pregação do Evangelho como também culmina a vida do Redentor. Falar da morte e ressurreição torna o discurso humano ininteligível aos homens. Foi preciso passar por esta experiência e, após o revés da Cruz, aparecer ressuscitado”, ressalta.
Por fim, Dom Dadeus aborda em uma analogia o grão de trigo, que, caído na terra, morre para produzir muito fruto. Ele acredita que não se entende a vida cristã sem este binômio Perdão e Misericórdia, pois o perdão é tão central no Cristianismo que se faz depender dele a autenticidade, tanto da oração, como de toda a vida. Jesus condiciona ambas (oração e vida) a esta atitude, lembra Dom Dadeus: ‘Perdoai-nos assim como nós perdoamos’.
“A razão é que todos somos pecadores. Por isso necessitamos receber e dar o perdão. O ensinamento básico é que, na medida em que medirmos, seremos medidos. Consequentemente, urge-se não julgar para não ser julgado”.
Contudo, conclui o arcebispo, o cristianismo não se reduz ao perdão, necessita também da misericórdia. “E ambos, perdão e misericórdia, são filhos do amor. Revestem-se de gratuidade. Requerem ir ao encontro um do outro”.
Deixe seu comentário