Depois de quase um ano de pesquisas, Prisão Mamertina é reaberta em Roma

A Prisão Mamertina, na Roma Antiga, não era para prisioneiros simples, mas para os de máxima segurança

Roma (Quarta-feira, 28-07-2010, Gaudium Press) Depois da descoberta recente do túmulo de São Paulo na Basílica Vaticana que leva seu nome, perto das Catacumbas de Santa Tecla, em Roma, os arqueólogos anunciaram agora que encontraram novos restos nas antigas escavações na Prisão Mamertina, onde, segundo a história, ficaram presos os Apóstolos Pedro e Paulo.

É um ano de sorte para a arqueologia antiga da Roma sacra. A mais antiga prisão romana foi reaberta ao público depois de quase um ano de pesquisas e estudos. O projeto foi realizado pela seção de Arte Sacra e Bens Culturais do Vicariato de Roma, a Superintendência Especial para os Bens Arqueológicos de Roma junto à Obra Romana de Peregrinações (ORP).

Não se podia imaginar que houvesse ainda alguma coisa a ser descoberta, mas, de fato, a Prisão Mamertina não foi muito estudada pelos arqueólogos. As novas descobertas são relativas aos elementos originais, como o piso e as paredes do ambiente. Ontem aconteceu a primeira apresentação aos jornalistas e o lugar já está aberto para a visitação dos peregrinos e turistas. Neste mês as visitas são gratuitas.

O percurso, de aproximadamente uma hora e meia, compreende a pequena igreja de São Pedro, a prisão, os muros e a Capela Crucifixo. Tudo é administrado pela ORP, que abriu também um novo percurso em “open bus” chamado “A Prisão de São Pedro”, que vai da Basílica Vaticana à Prisão Mamertina, durante o qual é apresentada a história dos antigos monumentos.

A prisão encontrava-se no coração político da Roma Antiga. Foi construída no lugar do santuário pagão entre o Campidólio antigo e o Fórum Romano. Não era uma prisão para os prisioneiros simples, mas para os de máxima segurança, onde eram colocados os inimigos públicos. Foi um lugar de valor simbólico. Em 314 a prisão tornou-se lugar de culto quando o Papa Silvestre o dedicou a São Pedro em Cárcere. Acima dela hoje se encontra, desde 800, a Igreja de São José dos Carpinteiros.

Durante as pesquisas foram descobertos na prisão: a originária forma circular, a pavimentação original encontrada sob duas camadas de pavimentações posteriores, realizadas na Idade Média e no período moderno, e também uma fonte de água que saía do piso. Na Igreja de São Pedro, no nível superior à prisão, foram descobertos afrescos inéditos que confirmam a constância no culto por São Pedro e a história de sua prisão. As pesquisas levaram a estudos mais profundos relativos à atualização e conservação deste acervo para visitas e ao estudo dos afrescos e pedras.

Anna Artymiak