Igreja do Santíssimo Sacramento e Sant’Ana em Salvador completa 250 anos
Igreja Matriz foi a primeira do Brasil a ser construída com materiais e tecnologia 100% nacionais |
Salvador (Quinta-feira, 15-07-2010, Gaudium Press) No dia 26 de julho a paróquia do Santíssimo Sacramento e Sant’Ana, em Salvador, irá comemorar 250 anos de existência de sua igreja Matriz. E para marcar o aniversário da construção desse importante templo religioso da Bahia, uma série de celebrações acontecerá durante esta final semana e o seguinte.
De acordo com o pároco da paróquia do Santíssimo Sacramento e Sant’Ana, Padre José Abel Carvalho Pinheiro, as celebrações se iniciarão neste sábado, 17, “quando os devotos de Sant’Ana subirão a colina sagrada do Senhor do Bonfim, templo mais querido e tradicional de Salvador, para agradecer ao Senhor pelos 250 anos da igreja Matriz”.
Na semana seguinte, haverá um fato inédito na arquidiocese de Salvador. “A imagem do Senhor Bom Jesus do Bonfim descerá a colina especialmente para participar do ato de celebração a ser realizado no dia 24 de julho, na Catedral Basílica da cidade”, diz o sacerdote. Conforme o pároco, neste dia haverá um auto, que contará com a participação do Coral São Bento da Bahia e retratará a trajetória da Igreja Matriz durante seus 250 anos.
No dia 25, haverá o translado da imagem do Senhor Bom Jesus do Bonfim da Catedral Basílica até a Igreja de Santa Clara do Desterro. Lá haverá uma recepção festiva, seguida de celebração de Santa Missa. No dia 26, data de encerramento dos festejos pelos 250 anos da igreja matriz, a paróquia preparou diversas missas dedicadas aos devotos de Sant’Ana.
Fechada para reforma
Curiosamente, a igreja Matriz da paróquia do Santíssimo Sacramento e Sant’Ana irá comemorar seu aniversário de 250 anos fechada para o público. Isto porque o templo está em reforma desde outubro de 2009. A obra, orçada em mais de três milhões de reais, está modificando profundamente a estrutura da igreja, foi aprovada pelo Ministério da Cultura através da Lei Rouanet e é financiada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Imagem de Sant’Ana restaurada |
Segundo o pároco José Abel, a reforma abrange toda a parte física do templo, obras de engenharia e otimização de espaços. O sacerdote conta que estão sendo construídos sanitários femininos e masculinos; elevadores para portadores de deficiência, facilitando o acesso às dependência superiores da igreja; cozinha; sala de recepção para batizados e também uma capela climatizada para o Santíssimo Sacramento. A obra deve ficar pronta em julho de 2011.
Trata-se, no entanto, somente da primeira etapa da reforma. Segundo o padre, a paróquia está trabalhando junto ao BNDES para que haja financiamento para uma segunda etapa, que abrangeria a restauração dos bens móveis artísticos da igreja, como imagens, telas, pinturas, estátuas e pratarias. Esta segunda parte começaria no 2º semestre de 2011. No entanto, segundo é padre José Abel, ainda não está nada certo. A igreja Matriz apresenta um acervo sacro de altíssima relevância histórica.
250 anos de história
A igreja de Sant’Ana tem uma história que lhe credencia a todas as homenagens possíveis. Fundada em 26 de julho de 1760, está entre os primeiros templos católicos do Brasil que foram construídos contando com uma inovação para época, segundo o pároco José Abel. Foi a primeira igreja brasileira erguida com materiais e tecnologia 100% nacionais. “Até então, tudo vinha de Portugal”, explicou o sacerdote.
O templo faz parte também da vida de personagens que ajudaram a construir a história da Bahia. Padre Abel conta que Irmã Dulce, querida religiosa baiana, morava nos arredores da igreja e era assídua frequentadora do templo católico. Conta a história que foi na igreja Matriz de Sant’Anna que irmã Dulce decidiu ingressar à vida religiosa.
Outra importante personagem da história baiana que está ligada a igreja de Sant’Ana, segundo Padre Abel, é a militar baiana Maria Quitéria, importante figura nas lutas contra o domínio de Portugal, que culminaram na proclamação da independência brasileira. A heroína está sepultada no cemitério da Igreja.
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