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“Temos a urgência de sermos imbuídos de Deus”, afirma vice-reitor da PUC-RS

Porto Alegre (Segunda-feira, 12-07-2010, Gaudium Press) Dentro do Projeto Fé e Cultura da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, que promove o diálogo entre ciência e a religião, o irmão marista Evilázio Teixeira, doutor em Filosofia e Teologia e vice-reitor da universidade, faz uma reflexão em artigo sobre “O Mundo da técnica e a emergência da espiritualidade”.

O religioso apresenta valiosas colocações sobre o tema e destaca como a tecnologia tornou a terra uma aldeia global, eliminando distâncias e comprimindo o tempo, ao mesmo tempo em que também tornou capaz a desumanização e eliminação da consciência de transitoriedade da existência humana, na medida em que seus inúmeros bens constituem exclusividade de seus usuários sem qualquer espaço para o sagrado e o transcendente.

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Para irmão Evilázio, paradoxalmente, a técnica pode contribuir para para a busca do trasncendente

No entanto, destaca irmão Evilázio, paradoxalmente, a técnica pode contribuir para a busca do transcendente, usando-a para seu encontro, para a produção e comunicação eficaz de conteúdos e valores, permitindo emergir na dimensão espiritual do existir, inata no ser humano.

“A influência da técnica, não obstante, vai influenciar o modo de conceber os grandes conceitos que forjaram o processo civilizatório da cultura ocidental, tais como: razão, verdade, ética, natureza, religião e história”, diz.

Diante desse panorama, irmão Evilázio aconselha a recuperarmos nossas melhores e mais profundas energias espirituais para compreender essa situação e suportá-la. “Pretendo através dessa reflexão contribuir para a discussão de uma fato tão sensível e marcante aos nossos contemporâneos: aquele de serem homens e mulheres inseridos no mundo da técnica; e também a premência de serem imbuídos de Deus e de vida espiritual”, salienta.

Por fim, o religioso sublinha que um dos grandes desafios do ser humano de nossos dias, sempre mais envolvido pela tecnologia, é não se deixar confinado apenas à dimensão de ser, pensar e fazer, para não desnutrir-se da dimensão espiritual que dá pleno sentido a seu viver e, mais facilmente o impede de mergulhar no vazio e na depressão espiritual.

“O ser humano do futuro estará embriagado pela técnica, porém, fragmentado se não for capaz de serenar, de olhar nos olhos, de sentar-se perante o espelho de si mesmo. Toda a técnica do mundo não poderá abrandar uma lágrima necessária, uma carência afetiva ou uma necessidade de sentido último do ambiente onde nascemos e morremos. A transcendência e o transcendente constituem, assim, a essência da existência humana”, conclui.

 

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