Em missa em Sulmona, Papa diz que é preciso mais silêncio em nosso mundo “ruidoso”
Papa celebra a missa em Sulmona ao lado das relíquias de São Pedro Celestino |
Cidade do Vaticano (Segunda-feira, 05-07-2010, Gaudium Press) “Não tenhamos medo de fazer silêncio fora e dentro de nós, se quisermos ser capazes não somente de perceber a voz de Deus, mas também aquela de quem está ao nosso lado”. Foi o que refletiu o Papa na homilia da missa que presidiu neste domingo em Sulmona, cidade que visitou por ocasião do Ano Jubilar Celestino, uma homenagem aos 800 anos de nascimento de São Pedro Celestino, o Papa Celestino V, natural da região.
Esta foi a 19ª viagem apostólica do Papa na Itália. Bento XVI é o primeiro pontífice que vai à cidade, como diz, para “confirmar na fé”, mas também para apreciar o pouco conhecido lugar de antiga religiosidade italiana.
A missa foi realizada na Praça “Garibaldi”, localizada no centro da cidade, e entre as diversas questões que abordou em sua homilia, o Papa deu especial destaque para a importância do silêncio:
“Nós hoje vivemos em uma sociedade na qual cada espaço, cada momento parece ser “repleto” de iniciativas, de atividades, de sons; frequentemente não há espaço nem mesmo para ouvir e dialogar”, afirmou.
Apresentando a figura do santo Papa Celestino V, o único na História que se demitiu do papado, Bento XVI refletiu sobre a santidade. “A santidade, de fato, não perde nunca a própria força atrativa, não cai no esquecimento, não sai nunca de moda. Aliás, com o passar do tempo, brilha sempre com cada vez mais luminosidade, expressando a perene tensão do homem em relação a Deus”.
O Papa Celestino V, na época Pietro Angeleri, “sempre buscou a Deus, foi um homem que desejou encontrar respostas a grandes questões da existência: de onde viemos, porque vivemos, para quem vivemos”. Como eremita e pastor, “foi tomado pela paixão de levar a boa nova do Evangelho aos irmãos”m tendo como seus primeiros imperativos a oração e a missa, e entre seus compromissos “o anúncio sereno, claro e corajoso da mensagem evangélica”, prosseguiu Bento XVI.
Para o Papa, São Pedro Celestino foi exemplo humilde e confiado à Igreja. “Também nos momentos de perseguição – sem nunca ceder ao fascínio da moda, nem àquele da violência ou da imposição; o distanciamento das preocupações pelas coisas – o dinheiro e as roupas – confiando na Providência do Pai; a atenção e cuidado em particular pelos doentes no corpo e no espírito”, afirmou.
Aos cidadãos presentes na Praça Garibaldi, o Papa mencionou ainda questões sociais: “Vim compartilhar convosco as alegrias e esperanças, os esforços e compromissos, ideais e aspirações desta comunidade diocesana. Sei bem que também em Sulmona não faltam dificuldades, problemas e preocupações”. Entre alguns desses problemas que a cidade e a região enfrentam estão a falta de trabalho, a incerteza pelo futuro e as consequências deixadas pelo terremoto do dia 6 de abril de 2009, que atingiu fortemente a região de Abruzzo.
No “Ângelus”, recitado ao fim da missa, o Santo Padre retornou à questão do mais profundo sentido da vida cristã. “Vivemos em uma época de maior comodidade e possibilidade, somos chamados a apreciar um estilo de vida sóbrio, para conservar mais livres a mente e o coração, para podermos compartilhar os bens com os irmãos”, pediu.
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