“A partir da fé em Cristo herdamos uma nova dimensão vital”, afirma arcebispo de Porto Alegre
Dom Dadeus pondera que nem tudo o que nos é transmitido merece fé |
Porto Alegre (Segunda-feira, 28-06-2010, Gaudium Press) O arcebispo metropolitano de Porto Alegre (RS), Dom Dadeus Grings, em um artigo intitulado “A visão do invisível”, aborda a questão da vivência da fé. O prelado começa ponderando ser inquestionável a importância e o significado vital da visão, da audição, do gosto, do olfato e do tato, do senso sinestésico e térmico. Afirma que a ciência foi além do consciente, estudando o inconsciente e ao subconsciente, para desvendar seus recônditos segredos.
Em seguida, Dom Dadeus afirma que acima das percepções sensoriais e extra-sensoriais, somos dotados de inteligência e vontade e, consequentemente, de liberdade. “Não só conhecemos, mas também temos consciência de conhecer. Sabemos que sabemos. Somos capazes de dizer “eu” e, por conseqüência, com verdadeiro espírito de posse, também dizer “meu”, salienta. Ele também reconhece os avanços da psicologia humana ao longo dos tempos, demonstrando uma “extrema riqueza e complexidade: estuda a vida que nos foi dada, desvendando suas múltiplas manifestações e funções”.
Entretanto, para Dom Dadeus, é somente a partir da fé em Jesus Cristo que herdamos uma nova dimensão vital.
“Falamos, a partir dele, de uma nova criação. Nascemos de novo, não pela carne nem pelo sangue, mas pela graça. Tornamo-nos filhos de Deus pelo Batismo. Este novo nascimento, sem nos privar de nada do que é humano, enriqueceu-nos com um novo organismo, que se expressa e atua por três virtudes infusas: a fé, a esperança e a caridade, que nos vêm diretamente de Deus e nos relacionam intimamente com Ele”, ressalta o religioso.
Segundo Dom Dadeus, o ser humano, sem dúvida, tem crenças humanas, acreditando naquilo que os sentidos e no que os homens lhe comunicam. Mas ele pondera que, infelizmente, nem tudo o que nos é transmitido merece fé. Fala-se, por isso, da necessidade de um senso crítico. “Aparecem, a cada passo, desmentidos e revisões das versões, as mais variadas”, acrescenta.
Sem entrar em detalhes acerca das crenças ou da fé humana e da credibilidade dos meios modernos de comunicação, principalmente no que se refere à propaganda comercial e ideológica, o arcebispo afirma que quer aqui firmar outro modo de crer. “É o que nos vem diretamente de Deus, em duas versões. Primeiro vem da Palavra de Deus, com os acontecimentos que a expressam e confirmam. Seu ápice é a encarnação, morte e ressurreição do Filho de Deus”, reforça.
Concomitantemente, de acordo com o prelado, vem o segundo elemento da fé, como dom sobrenatural, que nos é dado. Lembrando o apóstolo Paulo, ele diz que ninguém poderia reconhecer Jesus como Senhor não fosse o Espírito Santo.
“Os Apóstolos anunciam e proclamam as verdades da fé nos dados concretos da História de Jesus, mas é o Espírito Santo quem leva os ouvintes ao assentimento, convence o mundo das verdades proclamadas. Sem Ele, nada do que se anuncia mereceria crédito, porque se encontra fora e longe da perspectiva humana”, finaliza.
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