Vaticano discutirá fé e ciência por ocasião do bicentenário de Darwin
Cidade do Vaticano (Quarta, 11-02-2009, Gaudium Press/AFP) Por ocasião do bicentenário do biólogo inglês Charles Darwin, o Vaticano vai discutir em março próximo as controvertidas teorias da evolução que tentam mostrar cientificamente a intervenção divina na evolução das espécies.
Cientistas e teólogos se reunirão em Roma, de 3 a 7 de março, para abordar com ‘espírito crítico’ a herança de Charles Darwin, que desmentiu a crença de uma criação divina e fundou a biologia moderna.
A reunião, organizada pelo Vaticano, demonstra a exigência cada vez maior da Igreja de estabelecer um “diálogo entre ciência e fé”, assegurou o monsenhor Gianfranco Ravasi, ministro da Cultura do Vaticano.
“Nenhuma das duas conseguiu explicar a complexidade do mistério do homem”, enfatizou.
Ravasi não quis avaliar a teoria do “desenho inteligente”, em voga em alguns setores cristãos e que não rejeita as descobertas científicas como acontece como as teorias dos chamados Criacionistas.
A maioria dos cristãos aceita hoje em dia, excetuando-se os Criacionistas, o princípio da evolução, mas o papel desempenhado aleatoriamente no aparecimento das variações ou de novas espécies continua sendo para muitos um ponto difícil.
Para o teólogo italiano Giuseppe Tanzella-Nitti, existe muita confusão entre o âmbito científico e o religioso.
“A Igreja católica considera que a evolução é, no fundo, a maneira com que Deus criou o universo e está convicta de que nenhum dos mecanismos da evolução se opõe à afirmação que Deus quis e criou o Homem”, explicou.
As conferências serão realizadas na Universidade Pontifícia Gregoriana paralelamente às celebrações organizadas em todo mundo pelos 200 anos de nascimento de Darwin.
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