Artigo: O Cristal e o Vidro
O cristal e o vidro se fizeram algo maravilhoso quando encontraram o tipo humano |
Bogotá (Sexta-feira, 18-05-2010, Gaudium Press) Seja de Baccarat, Bohemia ou Murano, são cristais ou vidros e têm a mesma fórmula química; a diferença está nas mãos que os tocam para transformá-los, nos lábios que sopram e no estado da alma daqueles que os trabalham para fazer delicadíssimos e coloridos jarros, lustres, lâmpadas ou aranhas de cristal.
Dizem os químicos que o vidro pode ser feito em qualquer lugar da Terra, pois seus elementos são os mais comuns, podendo ser encontrados em todos os quadrantes do planeta. Aprender a misturar as areias e fundir o vidro é ciência que vem desde tempos remotos. No Egito e na Mesopotâmia era feito. Os fenícios e os romanos também o fizeram. Encontrar uma rocha de cristal é menos frequente, contudo, ela existe em muitas partes do planeta.
Mas, somente uma cidade no norte da França, uma região na atual República Tcheca e uma ilha italiana do mar Adriático tiveram a habilidade quase mágica de fazer com o vidro e o cristal os maravilhosos lustres aranhas de Baccarat, de Bohemia ou de Murano, para fundí-los e mesclá-los com cores suaves, delicados ou intensamente densos, quase obscuros para provar com paciência e maravilhoso espírito como somente uma civilização podia conseguir: a mesma que fez os vitrais das catedrais.
Regiões de Baccarat, Bohemia e Murano fazem os melhores lustres aranhas do mundo |
É preciso reconhecer que nunca antes uma civilização alcançou o grau de desenvolvimento em matéria de trabalhar com vidro como a nossa européia. Chineses, egípcios e fenícios não deixaram provas de haver feito as maravilhas da Europa, especialmente desde o início do renascimento. E hoje em dia são os padrões artísticos criados pelas fábricas daquelas regiões europeias que se seguem copiando em diferentes partes do mundo.
Não seria ousado supor que este material tão delicado – saído das mãos do criador – esteve esperando a Redenção para desejar ser moldado por mãos batizadas de artesãos calmos, que deixaram voar a imaginação até as portas do Céu. Do cristal e do vidro de Baccarat saíram centenas de belas aranhas com seus pendentes transparentes refletindo cores maravilhosas, em todas as cortes da Europa, e ainda, nas mais distintas casas de governo em países de outros continentes. Também, para pender
Do cristal e do vidro de Baccarat saíram centenas de belas aranhas com seus pendentes transparentes |
das abóbadas das catedrais ou do teto de muitos palácios e casas de nobreza ou de elites em todo mundo. Ou na medida das possibilidades e das qualidades, em qualquer lugar de qualquer filho de Adão
E mais, de que serviria ter descoberto o gás ou a eletricidade como fontes de iluminação, se já não tivéssemos em nossa civilização as delicadas lâmpadas para protegê-los? O cristal e o vidro se fizeram algo maravilhoso e “feérico” quando encontraram o tipo humano que os contemplou com olhos agradecidos para moldá-los com mãos caridosas e de bem aventurança cristã.
Por Antonio Borda
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