Depoimento: “Pela internet chega-se à vida de muitas pessoas e em locais muito distantes”
Padre Jacques Szortyka possui um blog e participa no Facebook, Twitter e Orkut |
Porto Alegre (Terça-feira, 15-06-2010, Gaudium Press) Manter a chama onde está implantada e evangelizar novos continentes é missão do cristianismo. E a esses desafios, o tempo atual acrescentou nova e difícil tarefa: ser missionário no continente cibernético, no qual transitam milhões de pessoas de todos os cantos dos cinco continentes. O padre Jacques Szortyka Rodrigues, pároco da Catedral Metropolitana de Porto Alegre (RS), fala sobre essa temática e diz como o evangelizador deve estar inserido no mundo virtual sem abrir mão da presença real na comunidade reunida.
O jovem sacerdote de 34 anos, natural do município de Guaíba, no Rio Grande do Sul, usa as ferramentas da informática como auxiliares para a evangelização. Padre Jacque sabe que o Papa Bento XVI sempre destaca a necessidade de se usar todos os meios que estão à disposição para levar adiante a mensagem do Evangelho. “Pela internet chega-se na vida de muitas pessoas e em locais muito distantes. O cyberespaço não tem geografia”, ressalta.
Percebendo o avanço das tecnologias de informação e o grande número de pessoas que poderia atingir, Padre Jacques viu a importância da virtualidade na transmissão da Boa Nova e aderiu a algumas dessas ferramentas. Ele possui um blog, participa no Facebook, Twiter e Orkut, e afirma que o retorno dos seus fiéis é impressionante.
“No Orkut, por exemplo, têm gente perguntando os horários da missa, horários que atendo a confissões. Há pedidos, cujo acesso é exclusivo meu, de conselhos espirituais. São pessoas que não conseguem dispor de um tempo para vir até a paróquia e conversar pessoalmente. Uso também o MSN e até mesmo o e-mail”, afirma.
Mesmo aderindo e utilizando esses novos meios de evangelização, o religioso salienta que a presencialidade, a viva voz na liturgia da palavra e na animação da comunidade continuam sendo fundamentais na vida da Igreja. Segundo ele, a internet não substitui, de modo algum, a presença real. “Nunca a internet substituirá a presença do padre na comunidade, em torno da palavra e da eucaristia. Não há nada como celebrar a palavra de Deus na comunidade reunida”, diz.
Para o Padre Jacques, como tudo na vida, é preciso um equilíbrio, a virtude está no meio termo. Ele acredita que o padre deve fazer-se presente nas comunidades virtuais, usar as TIs, mas apenas como ferramentas. “Do contrário, vira padre de gabinete e fica sem contato com as pessoas. Com isso, mostraria que não entendeu nada ainda do que é o sacerdócio”, conclui.
No espaço cibernético a Igreja encontra ótimas oportunidades de se aproximar dos fiéis e potenciais fiéis. No Mutirão de Comunicação América Latina e Caribe, realizado em fevereiro deste ano, foi debatida também essa questão e salientada a importância da Igreja se assumir como um eixo articulador de uma mensagem diferente, utilizando-se de todos os meios possíveis para difundir a fé, o discurso profético e a transformação que o mundo tanto carece.
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