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"Os valores cristãos são o fundamento da identidade europeia", diz o Papa

Cidade do Vaticano (Segunda-feira, 14-06-2010, Gaudium Press) “O Cristianismo permitiu à Europa compreender o que são a liberdade, a responsabilidade e a ética que impregnam as suas leis e as suas estruturas sociais”, lembrou aos participantes da reunião ordinária do Banco de Desenvolvimento do Conselho da Europa o Papa Bento XVI.

Pela primeira vez, uma reunião do gênero acontece no Vaticano, que é membro da instituição desde 1973. Em seu discurso, o Santo Padre fez questão de enfatizar como a marginalização e a exclusão privam o continente de sua “fonte fundamental” e de sua “verdadeira identidade”.

A Europa, finalmente, desde o fim do século passado, pode “respirar com os seus dois pulmões”, mas “ainda há muita estrada a ser percorrida para tornar esta realidade efetiva” sublinhou Bento XVI aos participantes. A colaboração econômica e financeira entre o leste e o oeste da Europa é muito desenvolvida, mas a “liberação das ideologias totalitárias foram utilizadas para o progresso econômico”, continuou o pontífice.

Para o Papa, a Europa “ignorou as suas riquezas humanas que modelaram a identidade europeia”. As intervenções positivas do Banco observadas pelo pontífice são aquelas para os países do leste, do centro e do sudeste europeu, aos quais levaram justiça e solidariedade.

Aos membros do Banco, Bento XVI pediu “originalidade” para o desenvolvimento social em tempo de grave crise econômica e financeira. O “amor e a verdade” bem vividos podem ser “uma força dinâmica” que “oferece uma novidade real na nova orientação da vida econômica e financeira”. “A economia e a finança – prosseguiu Bento XVI – não existem por si mesmas”, mas “sua finalidade é unicamente a pessoa humana e sua plena realização na dignidade”.

“O cristianismo é a fonte dos valores espirituais e morais, que são o patrimônio comum dos povos europeus” – o Papa recorda as afirmações do Preâmbulo do Estatuto do Conselho da Europa e da Declaração de Varsóvia de 2005. A razão de ser do Banco de Desenvolvimento é “social”, isto é, “um instrumento técnico que permite a solidariedade” vivida “na fraternidade”, enfatizou o pontífice.

O Banco de Desenvolvimento do Conselho da Europa foi fundado em 1956 com a vocação de promover a política de solidariedade no âmbito da coesão social entre os países europeus menos e mais desenvolvidos. É a mais antiga instituição financeira europeia de âmbito internacional e a única de exclusiva vocação social. Atualmente 40 países europeus integram o banco, cuja sede fica em Paris.

O encontro da última sexta-feira, dia 11 de junho, no Vaticano, marcou a 45ª reunião ordinária com a participação do cardeal secretário de Estado, Tarcisio Bertone.

 

 

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