Artigo: Sagrado Coração de Jesus, Fonte de toda consolação (Parte 2)
São Paulo (Sexta-feira, 11-06-2010, Gaudium Press) Veja a segunda parte da reflexão feita pelo diácono Carlos Werner Benjumea sobre o Sagrado Coração de Jesus e nossa disponibilidade em amar o Senhor como Ele nos ama, por ocasião da festa de Corpus Christi, oferecida por Gaudium Press.
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“Coração de Jesus, propiciação pelos nossos pecados”. Esta é a jaculatória que então aflora em nossos lábios. Propiciar (do latim, propitiare) é tornar propício, tornar favorável por meio de um sacrifício, oferecer um sacrifício expiatório. Isso é o que fez Jesus, oferecendo-Se ao Pai como “expiação pelos nossos pecados” (1Jo 2,2). E o Apóstolo do amor empenha-se em acentuar: “Nisso se manifestou o amor de Deus para conosco: em nos ter enviado ao mundo seu Filho único, para que vivamos por Ele (…) para expiar nossos pecados” (1Jo 4, 9-10).
Nosso Papa Bento XVI também se refere de modo ardoroso ao sacrifício do Salvador: “Em sua morte na Cruz realiza-se esse voltar-Se de Deus contra Si mesmo, entregando-Se para dar vida nova ao homem e salvá-lo: isso é o amor em sua forma mais radical” (Deus caritas est, n. 12).
Já morto em “propiciação por nossos pecados”, quis Jesus dar-nos uma demonstração do extremo limite aonde chegou seu amor por nós: de seu divino Coração brutalmente transpassado pela lança do soldado, manaram as últimas gotas de sangue, misturadas com água. Por aí podemos avaliar quanto é censurável nossa frieza em relação a Ele, sobretudo nossa falta de confiança!
“Coração de Jesus, fonte de toda consolação”.
Tal doação generosa até o ponto de dar-Se a Si mesmo perpassa nossas almas de alegria.
Como não experimentarmos grandíssimo consolo ao vermos objeto de tão dadivoso amor? Na verdade, a palavra consolação encerra dois sentidos: por um lado, significa fortalecimento, novo vigor, novo alento; por outro, uma sensação de alegria, de suavidade, de unção do Divino Espírito Santo. Em ambos os sentidos, o Sagrado Coração de Jesus é fonte de toda consolação, pois enche de júbilo e satisfação espiritual aqueles que se abrem para sua infinita bondade. Mas Ele é também nossa fortaleza. Assim, quando nos sentirmos débeis ou cansados, quando nos faltar coragem para praticar algum ato de virtude que o dever de católicos nos impõe, lembremo-nos: não estamos sozinhos, Jesus está a nosso lado! N’Ele encontraremos as forças necessárias para amar a Deus e ao próximo, cumprindo fielmente os divinos preceitos de sua Lei. Sobretudo nessas horas, precisamos lançar-nos nos braços do Divino Mestre…
Ah! se soubéssemos como Ele suspira por nos ajudar! Eis como Ele revela a Santa Margarida Maria essa sua predisposição: “Meu divino Coração está tão abrasado de amor para com os homens, e em particular para contigo, que, não podendo conter em Si as chamas de sua ardente caridade, precisa derramá-las por teu meio, e manifestar-Se a eles para enriquecê-los com os preciosos dons que te mostro, os quais contêm as graças santificantes e salutares necessárias para os afastar do abismo da perdição”.
– Querido leitor, esperamos que esta curta meditação tenha servido para fazê-lo sentir-se mais próximo do Coração de Jesus, e mais confiante na sua bondade sem limites. E que também lhe seja de algum proveito, quando tiver a graça de se aproximar do altar para receber o Divino Alimento. Lembre-se, então, de que recebemos na alma, realmente presente, esse Coração no qual adoramos todas as perfeições expressas tão belamente em sua ladainha.
Diácono Carlos Werner Benjumea
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