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Papa anuncia viagem a Israel e reafirma que Holocausto foi “crime contra a humanidade”

Cidade do Vaticano (Quinta, 12-02-2009, Gaudium Press) Em encontro hoje com uma delegação de presidentes dos principais grupos judaicos americanos, o papa Bento XI foi veemente: “o Holocausto foi um crime contra Deus e a humanidade e é inaceitável e intolerável quem, entre os homens da Igreja, o nega ou o minimiza”. A declaração do pontífice vem alguns dias após a escalada de críticas ao Vaticano por uma suposta demora e pouca ênfase na reação à polêmica do negacionismo do bispo Williamson.

Uma dessas críticas foi feita pela chanceler alemã Angela Merkel, com quem o pontífice manteve um contato telefônico no último domingo. Na semana passada, Merkel havia pedido mais clareza da parte da Igreja na condenação das declarações do bispo lefebvriano, que minimizou o número de judeus mortos no Holocausto e pôs em dúvida a existência das câmeras de gás e a utilização das mesmas, nos campos nazistas, para o extermínio de judeus e prisioneiros políticos.

A intervenção papal de hoje veio acompanhada de um anúncio inesperado. O papa anunciou uma próxima viagem sua à Terra Santa. “Estou preparando uma visita a Israel, terra sagrada para os cristãos e para os judeus”, disse o papa, sem entretanto precisar quando. Alan Solow, presidente do rabinato americano, respondeu que os judeus de Israel “dão as boas-vindas” e esperam “com ansiedade” a visita do papa.

Quanto ao Holocausto e aos campos de extermínio, Bento XVI ressaltou que a posição da igreja deve ser clara para qualquer um, “especialmente para quem está na tradição das Sagradas Escrituras”. “Toda a humanidade tem uma profunda vergonha da selvagem brutalidade nos confrontos dos seus povos naquela ocasião. Não há discussão, toda negação ou tentativa de minimizar este terrível crime é intolerável e totalmente inaceitável”.

O Papa acrescentou que “este terrível capítulo da história não deve nunca ser esquecido” e expressou um “fervoroso clamor” para que “a memória deste terrível crime reforce a nossa determinação em sanar feridas que há muito mancham as relações entre cristãos e judeus.”

Segundo o Papa, “os dois milênios de história da relação entre judaísmo e Igreja passaram por muitas etapas diferentes, algumas das quais dolorosas de lembrar. Agora que estamos em alto grau de nos encontrarmos em um espírito de reconciliação, não devemos permitir que as dificuldades passadas nos impeçam de apertar as mãos da amizade”.

 

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