Em mensagem pascal, Papa diz que humanidade passa por crise que requer profunda conversão moral
Segundo a Prefeitura da Casa Pontifícia, cerca de 100 mil pessoas estiveram presentes na Praça de São Pedro neste domingo |
Cidade do Vaticano (Segunda-feira, 05-04-2010, Gaudium Press) “A humanidade atravessa uma crise profunda, que requer mudanças profundas, a partir das consciências; uma espécie de êxodo, de conversão espiritual e moral”. O chamado do Santo Padre foi feito durante a cerimônia de Páscoa, em sua mensagem “Urbi et Orbi” (“à Cidade e ao Mundo”, concedida somente no Natal e na Páscoa) aos milhares de fiéis reunidos na Praça de São Pedro neste domingo para a maior e mais importante celebração da Igreja.
Segundo o Papa, a humanidade precisa de um “êxodo” para superar os “ajustes superficiais” e começar “uma conversão espiritual e moral da sociedade”. Além deste êxodo, Bento XVI disse também que é preciso buscar a salvação do Evangelho para se sair dessa crise.
“O Evangelho revelou-nos o cumprimento das figuras antigas: com a sua morte e ressurreição, Jesus Cristo libertou o homem da escravidão radical, a do pecado, e abriu-lhe a estrada para a verdadeira Terra Prometida, o Reino de Deus, Reino universal de justiça, de amor e de paz. Este «êxodo» verifica-se, antes de mais nada, no íntimo do próprio homem e consiste num novo nascimento no Espírito Santo, é princípio duma libertação integral, capaz de renovar toda a dimensão humana, pessoal e social”.
A mensagem do Papa para a Páscoa deste ano Papa foi dedicada também à questões atuais e urgentes do mundo moderno: a paz na Terra Santa e no Oriente Médio; ao problema da violência ligada ao tráfico de drogas nos países latino americanos e do Caribe e aos conflitos civis africanos, especificamente no Congo, Guiné e Nigéria.
Bento XVI também mencionou as recentes tragédias no Haiti e do Chile, atingidos por terremotos, e pediu à comunidade internacional para que não deixe de enviar ajudas. Além disso, citou os cristãos que em função de sua fé “sofrem perseguições e são até mesmo mortos”, como no Paquistão, e “aos que vivem em meio a provações e sofrimentos”, como no Iraque.
Aos países assolados pelo terrorismo e pelas discriminações sociais ou religiosas, o pontífice exortou que favoreçam o diálogo e a convivência serena e o desenvolvimento de uma economia solidária.
“Assim como, para além do Mar Vermelho, os hebreus encontraram o deserto, assim também a Igreja, depois da Ressurreição, encontra sempre a história com as suas alegrias e as suas esperanças, os seus sofrimentos e as suas angústias. E, todavia esta história mudou, está marcada por uma aliança nova e eterna, está realmente aberta ao futuro. Salvos na esperança, prosseguimos a nossa peregrinação, levando no coração o cântico antigo e sempre novo: “Cantemos ao Senhor: é verdadeiramente glorioso!”.
Após a leitura da mensagem, Bento XVI saudou os fiéis em 65 línguas, duas a mais do que no ano passado: islandês e cazaque. Assim como a benção “Urbit et Orbi”, também esta saudação em dezenas de línguas é feita somente no Natal e na Páscoa.
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