Após aprovação de reforma da saúde, bispos americanos pedem vigilância contra financiamento de abortos
Declaração assinada pelo Cardeal Francis lembra que milhões de norte-americanos ficam de fora da cobertura de saúde |
Washington (Quarta-feira, 24-03-2010, Gaudium Press) Ontem, após o presidente Barack Obama ter assinado a lei que reforma a cobertura do sistema de saúde nos Estados Unidos, os bispos do país, por meio de uma declaração assinada pelo presidente da Conferência dos Bispos dos Estados Unidos, cardeal Francis George, fizeram um chamado ao Congresso e à comunidade católica para que fiquem vigilantes. Os prelados querem assegurar as promessas do governo de que não financiará abortos com dinheiro federal.
No documento, os bispos recordaram que a Igreja nos Estados Unidos vem apelando por uma reforma ampla no sistema de saúde há quase um século, sobretudo, “para que todos pudessem ter acesso aos cuidados que a sua dignidade humana reconhece e afirma”. O texto lembra que milhões de pessoas ficaram de fora da cobertura da saúde, sem atendimento, por não poderem pagar o alto preço dos planos.
No entanto, “apesar do bem que esta nova legislação pretende alcançar”, os bispos se opuseram à sua aprovação “porque há provas convincentes de que se expandirá o papel do governo federal no financiamento e na facilitação do aborto e dos planos que incluem o aborto”.
O documento episcopal prossegue apontando que “a incapacidade [da lei] de manter o status quo legal que regulou a relação do governo com relação ao aborto, como tinha feito o projeto de lei original aprovado pela Câmara dos Deputados em novembro passado, poderia abalar aquela que foi a lei do nosso país durante décadas e ameaça o consenso da maioria dos americanos: de que recursos federais não sejam utilizados para o aborto ou planos que o incluam”.
De acordo com os prelados americanos, um dos temas que mais preocupam de maior os pastores da Igreja Católica dos Estados Unidos é que o nova lei da saúde exige a escolha de planos de saúde subsidiados pelo governo federal, incluindo o aborto, para pagar o aborto para os outros. “Se esta nova lei visa a impedir que as pessoas sejam cúmplices do aborto dos outros, ela se contradiz”, acrescentaram os bispos.
Os bispos também disseram que irão acompanhar o governo na implementação da reforma, e trabalharão para “garantir que o Congresso e a administração Obama estejam à altura das afirmações que contribuíram para a sua aprovação.”
Finalmente, os prelados reconheceram o trabalho que membros pró-vida de ambas as partes fizeram no Congresso, observando que “trabalharam com coragem” para criar uma lei que reconhece, respeita e afirma a dignidade humana.
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