Arcebispo de La Plata, Argentina, lamenta autorização de aborto emitida pela Justiça
Dom Hector disse em TV que, por mais penosas que sejam as circunstâncias, aborto não se justifica |
Buenos Aires (Terça-feira, 23-03-2010, Gaudium Press) No programa televisivo de canal aberto argentino “Claves para um mundo mejor” (Chaves para um mundo melhor), que foi ao ar no último sábado, 20, o arcebispo de La Plata, Argentina, Dom Héctor Aguer, comentou a respeito da autorização dada pelo Supremo Tribunal da província de Chubut para que se fizesse um aborto em uma jovem vítima de estupro.
O arcebispo lamentou o ocorrido e afirmou que a sentença dada pela justiça condenou a morte uma criança que já estava com cinco meses de gestação. Para Dom Héctor, em casos como este não existe diferença entre o aborto e o infanticídio, porque “um bebê de cinco meses de gestação pode viver já fora do ventre de sua mãe. Faltará a ele crescer em tamanho e peso, mas muitas crianças que nasceram assim conseguiram se recuperar e viver normalmente”, argumentou.
O prelado argentino destacou também o fato de a igreja local, através de seu bispo, ter interferido no momento oportuno, oferecendo ajuda à jovem mãe, à sua família, propondo outras soluções “como acompanhá-la até o momento do parto e, inclusive, depois, com a possibilidade de que alguma família, com muito amor, quisesse adotar o bebê”, expressou.
Em relação às circunstâncias que fizeram a menina engravidar, Dom Héctor foi taxativo em afirmar que por mais penosas que tenham sido elas não justificam o aborto. “Estes casos são muito duros. Certamente, consideramos dramática a situação que vive a jovem mãe, a afronta que sofreu e a dificuldade que é aceitar as consequências disso tudo. Porém, se justifica condenar a morte um inocente?”, questionou o arcebispo.
A jovem, que solicitou o aborto à Justiça, engravidou como consequência de um estupro, supostamente cometido pelo namorado de sua mãe. Antes do Supremo Tribunal de Chubut autorizar a prática, o pedido havia sido negado duas vezes; uma vez por um juiz de primeira instância e outra pelo Comitê de Bioética do hospital onde iria acontecer o procedimento abortivo.
Casamento entre pessoas do mesmo sexo
Concluindo sua entrevista no programa televisivo argentino, Dom Héctor falou também sobre a questão do casamento entre pessoas do mesmo sexo. A respeito disso, o prelado preveniu sobre as leis que comportariam “gravíssimas discriminações” contra o matrimônio.
“A propósito das leis, temos que levar em conta com muita atenção o que pode passar nos próximos meses e anos, na Argentina”, alertou. Conforme o arcebispo, há no país uma forte tendência, transversal a diversos setores políticos, que pretende alterar a natureza da família. “São conhecidos os projetos em favor de outorgar um estatuto de direito público à convivência de pessoas do mesmo sexto. Organismos que se dizem dedicados a combater a discriminação se preparam para cometer uma gravíssima discriminação contra o matrimônio como base da família e da sociedade”, afirmou.
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