Porta-voz vaticano ressalta que Papa sempre condenou silêncio sobre abusos
Padre Federico Lombardi, em coletiva de imprensa de apresentação da carta do Papa aos irlandeses |
Cidade do Vaticano (Sexta-feira, 21-03-2010, Gaudium Press) O diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé e porta-voz vaticano, Padre Federico Lombardi, afirmou durante a apresentação da carta do Papa aos católicos irlandeses a propósito dos casos de pedofilia entre sacerdotes, que Bento XVI sempre foi um “guia” contra a “cultura do silêncio”, ou seja, contra o desejo de esconder na Igreja Católica os casos de padres pedófilos. “Em sua época de prefeito regional da Congregação para a Doutrina da Fé”, afirmou o sacerdote, “o pontífice sempre interveio para que sacerdotes nessa situação não fossem protegidos.
As palavras do diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé aparecem como uma resposta às críticas feitas a Bento XVI, que o acusam de ter escondido casos de padres envolvidos com pedofilia nos quase 24 anos em que foi prefeito regional da Congregação para a Doutrina da Fé, durante o papado de João Paulo II.
Segundo o sacerdote, quem conhece a história e o trabalho realizado pelo Santo Padre na época em que ainda era cardeal, sabe de sua luta contra a pedofilia na Igreja. Bento XVI “sempre foi testemunho da busca da clareza e da coerência”, afirmou o porta voz do Vaticano.
Padre Lombadri comenta que o Papa sempre foi contrário “a qualquer ato de encobrimento ou ocultamento. Essa contrariedade em ocultar os casos de padres que cometeram delitos desse tipo se vê também na carta enviada aos católicos irlandeses. Nela, o Papa critica a “preocupação descabida” em manter o bom nome da Igreja e evitar escândalos, o que teria gerado a impunidade sob o pretexto de preservar a dignidade de cada pessoa.
O sacerdote destaca ainda como algo histórico, “o fato de que em 19 de maio de 2006, um ano após ser eleito Papa e após inúmeras investigações, Bento XVI puniu o fundador da congregação dos Legionários de Cristo, o padre mexicano Marcial Maciel, por abusos sexuais contra seminaristas e exigiu que ele renunciasse ao sacerdócio”, diz.
De acordo com o porta-voz vaticano, essa punição ressaltou a linha de “tolerância zero” adotada por Bento XVI para casos desse tipo, como os ocorridos nos Estados Unidos e na Austrália, os quais o pontífice condenou com contundência durante sua visita aos dois países.
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