Carta de Bento XVI a irlandeses é coerente com seu passado, reflete jornal vaticano
Cidade do Vaticano (Segunda-feira, 22-03-2010, Gaudium Press) Comentando o documento papal dirigido aos fiéis da Irlanda sobre os casos de abuso naquele país, o diário vaticano “L’Osservatore Romano”, em sua edição de sábado, 20, afirmou que o conteúdo “lúcido e severo” da carta do Papa Bento XVI aos irlandeses é “totalmente” coerente com o trabalho realizado durante 30 anos pelo cardeal Ratzinger.
Esse trabalho de três décadas pode ser resumido, segundo o jornal, na exclamação que o cardeal, então Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, fez na Sexta-Feira Santa de 2005, poucos dias antes da morte de João Paulo II: “Quanta imundície há na Igreja, sobretudo entre aqueles que no sacerdócio deveriam pertencer totalmente a Cristo”.
“E isso é coerente com o Papa”, afirma no editorial de seu diretor Giovanni Maria Vian no periódico vaticano. Segundo ele, desde o primeiro momento Bento XVI pediu aos prelados irlandeses que dissessem a verdade sobre os fatos e que adotassem todas as medidas necessárias para evitar casos similares no futuro. O jornal acrescentou também que o pontífice sempre procurou fazer com que os princípios de justiça fossem “plenamente respeitados” e, sobretudo, que as vítimas e todos os afetados “fossem curados desses crimes anômalos”.
O periódico ressalta ainda que o Papa escreveu aos irlandeses uma carta “com valor sem precedentes” diante da situação “grave e vergonhosa” que atravessa a Igreja no país.
Giovanni Maria Vian destaca em seu editorial a “amargura e a severidade” do texto de Bento XVI e afirma que ele foi escrito “não para esconder o mal realizado perante Deus e os homens, mas sobretudo para olhar para frente”.
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