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Restauradores descobrem pinturas de Giotto debaixo de igreja em Florença

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Igreja de Santa Croce, em Florença, Itália

Florença (Terça-feira, 09-03-2010, Gaudium Press/Reuters) Restauradores e pesquisadores italianos e americanos iniciaram no ano passado um ambicioso projeto, de “diagnóstico não-invasivo”, para atestar a condição de restauro da Capela Peruzzi, na igreja de Santa Croce, em Florença, na Itália.

O objetivo do estudo foi o reunir informações sobre a capela de 12 metros de altura e 170 metros quadrados que o artista italiano Giotto pintou por volta de 1320 para usar como um “roteiro” para uma futura restauração.

Durante o projeto, que durou quatro meses, restauradores trabalhando em três níveis de andaimes notaram que ao visualizarem as pinturas sob luz ultravioleta, observavam detalhes não visíveis a olho nu.

“De repente, todas essas pinturas, tão, tão pálidas, que foram severamente arruinadas por restaurações antigas e coberturas e assim por diante, de repente todas elas ganham vida novamente”, disse Cecilia Frosinini, coordenadora do projeto que estudou as cenas das vidas de João Batista e João Evangelista.

Alguns historiadores acreditam que as pinturas de Giotto na capela tiveram uma grande influência sobre Michelangelo, que nasceu quase 140 anos depois que Giotto morreu e pintou a Capela Sistina no início dos anos 1500.

Hoje, os restauradores podem ver os detalhes que o próprio Michelangelo viu quando admirava as pinturas de Giotto, considerado um dos artistas que lançou as sementes para o Renascimento italiano.

“Você lê o livro (que descreve as pinturas da Capela Peruzzi como uma das mais importantes obras de Giotto), você olha para as pinturas, você compara as duas fontes e você diz ‘não, talvez seja algo como um dogma de fé, algo em que eu deva acreditar mas que não posso ver a verdade’, disse Frosini. “E agora você pode testemunhá-lo; agora, graças a esta nova tecnologia ultravioleta, você pode começar uma nova avaliação de Giotto “, entusiasma-se a historiadora..

História

Com financiamento da família Peruzzi, a capela foi toda pintada de branco no início dos anos 1700 para dar lugar à concepção de uma nova capela.

Mas quando restauradores removeram a tinta branca em 1840, não foram exatamente “cuidadosos”. Eles usaram as técnicas da época, incluindo solventes fortes e almofadas de lã de aço que descaracterizaram e homogeneizaram as pinturas.

No século 19, “restauradores” pintaram as partes do trabalho de Giotto que tinham sido danificadas, somando suas próprias pinceladas para destacar o que já não era visível a partir do solo.

Em 1958, uma restauração removeu o que os restauradores do século 19 acrescentaram, deixando o que restou do Giotto original e o que os visitantes da igreja veem hoje a olhos nus. Mas que vem a vida somente sob luz ultra-violeta.

 

 

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