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“A Igreja em Uganda está crescendo com força”, afirma presidente do episcopado do país

Cidade do Vaticano (Sexta-feira, 05-03-2010, Gaudium Press) O Papa Bento XVI recebeu nesta sexta-feira todos os bispos ugandenses que vieram a Roma e fez um discurso abordando algumas de suas preocupações, conforme noticiado por Gaudium Press. E foi na saída desta audiência com o Santo Padre que o presidente da Conferência Episcopal de Uganda, Dom Matthias Ssekamanya, conversou com exclusividade com a agência sobre a visita dos bispos a Roma.

O prelado confirmou que, entre os muitos aspectos levantados pelo Papa estava a preocupação com os recentes deslizamentos de terra e as inundações que afetaram o país. O bispo expressou sua gratidão pela oração do Papa, que iniciou seu discurso a partir da tragédia: “Eu asseguro-lhes as minhas orações e carinho para você e para o Povo de Deus confiado aos vossos cuidados. De modo particular meus pensamentos vão para aqueles que foram afetados pelo recente desabamento de terra na região de Bududa. Eu ofereço minhas preces a Deus Todo-Poderoso, o Pai de todas as misericórdias, que ele conceda o descanso eterno das almas dos falecidos, e dê força e esperança a todos os que estão sofrendo as conseqüências deste trágico evento”.

O presidente do episcoado ugandês sublinhou os aspectos positivos da Igreja Católica em Uganda, os quais disse ter compartilhado com o Papa. “Não estamos aqui para trazer más notícias para o Papa. A boa notícia é que a Igreja está crescendo com força, o número dos católicos é de cerca de 42%, e este é um número bom”, explicou Dom Mathias.

Uganda é um país predominantemente agrícola e a Igreja Católica incentiva as pessoas, especialmente os mais jovens, a estudar também outros campos para ajudar a desenvolver o país. Além disso, com a guerra interna do país, muitas áreas necessitam de reconstruções, novos órfãos precisam de cuidados, escolas têm de ser reconstruídas. Em todos estes aspectos, garante o bispo, a Igreja Católica tem a sua própria contribuição, principalmente através da Caritas, que está presente em todas as dioceses.

“A Igreja tem dado uma grande contribuição na educação e na saúde além de trabalhar em hospitais privados abertos a qualquer pessoa, sem discriminação”, afirma Dom Mathias, ressaltando, porém, que o trabalho eclesial não recebe apoio do governo e fazendo um apelo também aos demais países: “Nós ainda precisamos de ajuda internacional”.

Comentando a recente decisão de seu governo de implementar a pena de morte, o presidente da Conferência Episcopal de Uganda foi enfático: “Nós já declaramos que a pena de morte não é uma solução para os problemas sociais”. Dom Mathias afirma que a solução é investir na educação, na formação das pessoas. “Mas ninguém pode decidir sobre a vida de outros, e todos devem sempre ser respeitados”.

Para o bispo, os crimes estão aumentando em Uganda por causa da influência negativa dos países desenvolvidos. Entre essas influências, ele cita as drogas e o homossexualismo, que afirma não serem elementos da cultura ugandesa, e diz que tudo isso está se tornando um desafio também para a Igreja Católica.

Além da reunião de hoje, o Santo Padre já havia se encontrado com cada bispo individualmente para saber mais sobre a situação da Igreja Católica no país. Esta visita tradicional, que acontece a cada cinco anos, deveria ter sido realizada em 2009, mas por causa da morte do Papa João Paulo II e a eleição de Bento XVI, acabou sendo transferida.

 

 

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