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Arcebispo de Buenos Aires prega contra “comodismo” da vida em texto pelo início da Quaresma

Buenos Aires (Sexta-feira, 19-02-2010, Gaudium Press) Na última quarta-feira, o cardeal arcebispo de Buenos Aires presidiu uma missa especial pela abertura do período de quaresmal. Mas foi em um artigo divulgado pela arquidiocese da capital argentina que o purpurado debruçou-se com verdadeira intensidade sobre a importância da Quaresma para a Igreja, abordando-a principalmente sob a ótica da conversão.

No texto, cardeal Bergoglio diz que uma das coisas mais desgastantes que pode acontecer a um cristão é cair “nas garras” do comodismo, “tanto do bom comodismo, quanto do mau”. Ele justifica sua afirmação com um exemplo cotidiano, dizendo que quando o esposo ou a esposa se acostuma com o carinho da família, então deixa de valorizar, de agradecer, “de cuidar delicadamente do que tem”, exemplifica o arcebispo.

Ele cita ainda como exemplo a insensibilidade que recorrentes notícias sobre violência e desgraças no mundo fizeram entorpecer as pessoas, sendo preciso deixar de ser surdo para essas realidades que gritam aos nossos ouvidos com uma mensagem de esperança. “A chaga esta na rua”

E também à profissão da fé cristã esse comodismo é nocivo, afirma o cardeal. “Quando nos acostumamos ao presente da fé, a vida cristã se faz rotina, repetição, não dá sentido à vida, deixa de ser fermento. O acostumar-se é um freio, um calo que aprisiona o coração e nos tolhe a capacidade de olhar bem e dar uma resposta”.

Por isso, segundo Dom Bergoglio, a importância da conversão, valor e uma das recomendações-mores da Igreja Católica ao cristão durante o período Quaresmal. Para o purpurado, “o comodismo diz, perigosamente, que não se deve alterar nada, que não se pode fazer frente a certas situações. A Quaresma, no entanto, tem a função também de ‘sacudir-nos’ nesse nosso andar inercial. É necessário mudar quando algo não vai bem conosco, com a Igreja, com nossa família”.

“Somos convidados a empreender um caminho quaresmal, um caminho que inclua a cruz e a renúncia, caminho de penitência real, estimulado pelo coração, não superficial e oportunista”, ressalta.

Ao final de seu texto, o arcebispo de Buenos Aires relembra a todos que o exercício do amor ao próximo faz crescer também no amor a Deus, “a quem buscamos a partir do nosso coração, a quem adoramos e com quem queremos nos encontrar”.

 

 

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