Nos 90 anos do Apostolado do Mar, Dom Vegliò pede mais atenção a pescadores e marinheiros
Cidade do Vaticano (Terça-feira, 09-02-2010, Gaudium Press) O presidente do Pontifício Conselho para os Migrantes e os Itinerantes, Dom Antonio Maria Vegliò, discursou na manhã desta terça-feira a coordenadores regionais do Apostolado do Mar, que este ano celebra o 90º aniversário da sua fundação. O encontro dos coordenadores foi convocado em dezembro pelo dicastério, que gere suas atividades. Além disso, 2010 foi proclamado Ano Marítimo Internacional pelo Conselho da Organização Marítima Internacional.
D. Vegliò disse ser necessária uma formação específica de diáconos e leigos a serviço do Apostolado |
O Apostolado do Mar dá orientação pastoral a todos que trabalham no mar e a seus familiares e cuida para que todos tenham “condições decentes de vida a trabalho”. Entre os assuntos abordados no encontro, que durou dois dias, estava a criação de um Código de Conduta para a chamada Pastoral dos Cruzeiros.
Segundo o prelado, a contribuição dos marinheiros, pescadores e todos os que trabalham no mar para o desenvolvimento da sociedade é continuamente ignorado e desconsiderado. Para ele, as atividades pesqueiras precisam ser mais valorizadas, já que se trata de “pouco mais de um milhão e meio de pessoas que diariamente provêm as necessidades de mais de 6 milhões e meio de pessoas no mundo”. De acordo com Dom Vegliò, essas são, em sua maioria, migrantes e estrangeiros e estão quase sempre “distantes” da família e também da igreja e da comunidade cristã.
Há 90 anos, o Apostolado do Mar lhes fornece acompanhamento pastoral. Na sua missão a serviço da comunidade navegante, os desafios hoje são múltiplos e cruciais, apontou o prelado. Na reunião com os coordenadores regionais do Apostolado, o arcebispo Antonio Maria Vegliò destacou, em particular, que a “diminuição do número de sacerdotes e pessoas consagradas prontas a dar assistência espiritual ao Apostolado do Mar”, impele a “procurar novos métodos” para prosseguir nesta missão.
O prelado afirmou ainda que são necessários “diáconos permanentes e leigos devidamente formados para serem inseridos no serviço deste ministério”. Combinando fé e experiência de vida, devem ser “idealmente preparados para fornecer o cuidado pastoral de marítimos e pescadores”.
Por fim, Dom Vegliò recordou que “a diminuição das ajudas financeiras por parte de organizações de caridade e a crise econômica mundial acabaram fazendo com que muitos centros marítimos fechassem as portas ou reduzissem consideravelmente as suas atividades”. “Por isto, devem ser experimentados caminhos novos” e favorecer, onde é possível, “a cooperação econômica, dividindo recursos e colaborando majoritariamente com organizações marítimas civis”.
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