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Secretário-geral da CNBB afirma que direitos naturais da pessoa humana são bandeira católica

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Segundo Dom Dimas, documento sobre direitos humanos deve conter o que é bom para o povo

Indaiatuba (Domingo, 07-02-2010, Gaudium Press) Presente ao 13º Encontro Nacional de Presbíteros (ENP), que termina hoje em Itaici (SP), o secretário-geral da Conferência Nacional de Bispos do Brasil (CNBB) e bispo-auxiliar do Rio de Janeiro, Dom Dimas Lara Barbosa, conversou com exclusividade com Gaudium Press a respeito da reunião que teve com o secretário especial dos Direitos Humanos, Paulo Vanuchi, sobre a 3ª edição do Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH-3). O prelado também disse o que esperava do encontro em Itaici.

Segundo Dom Dimas, após a reunião que durou mais de duas horas, Vanuchi confirmou que o ponto sobre a descriminalização do aborto será retirado do texto do PNDH-3. “O secretário me disse que recebeu uma ordem direta do próprio presidente Lula para retirar este item do documento”, disse.

O bispo afirmou ainda que, desde o primeiro momento do encontro com o secretário, fez questão de deixar clara a posição inegociável da CNBB em relação aos direitos naturais da pessoa humana. “Somos protagonistas dos Direitos Humanos desde sua origem. Esta é uma bandeira eminentemente católica”, falou. Contudo, “partimos de uma antropologia que advém da própria revelação e que nos diz que a vida humana é sagrada desde o nascimento até seu fim natural”, explicou.

O prelado reitera peremptoriamente que a CNBB e a Igreja como um todo jamais irão se posicionar de alguma forma a favor de medidas abortivas. “Os defensores da descriminalização argumentam que a mulher tem direito sobre seu próprio corpo, mas aí é que está o erro: o embrião não é parte do corpo da mulher; já é uma vida”. Ainda em relação ao tema aborto, o prelado ressalta que a CNBB é defensora da plena assistência à gestante.

Dom Dimas ainda tratou de pontos do PNDH referentes ao homossexualismo, afirmando que a equiparação da união homoafetiva à heterossexual é fortemente rechaçada: “Incentivar esse tipo de relação é no mínimo imprudente, enquanto mesmo a ciência ainda não descobriu a origem do homossexualismo”, complementou.

Lembrando que o documento produzido pelo Governo não tem valor de lei, sendo apenas uma carta de intenções. d. Dimas afirmou que a elaboração de um documento sobre os direitos humanos deve levar em conta, sobretudo, “aquilo que é bom para o povo”, e complementou: “Os Direitos Humanos não dependem da vontade do Estado, nem da maioria, mas da dignidade da pessoa humana, respeitando o seu Criador”.

13º Encontro Nacional de Presbíteros
Em relação ao 13º Encontro Nacional de Presbíteros (ENP), que acontece desde o dia 03 e termina hoje em Itaici (SP), o secretário-geral da CNBB ressaltou que tais eventos são interessantes e benéficos pois possibilitam aos religiosos ter uma visão da diversidade do país.

Conforme o prelado, nos ENPs, o padre toma conhecimento de realidades que sequer imaginava. “Fica-se sabendo que em algumas dioceses do Brasil, como a de Xingu, por exemplo, há um número insuficiente de padres para dar atenção à população”, contou. Esta carência de religiosos em determinadas regiões cria o que o bispo chama de “desobriga”, que consiste em apenas uma visita anual, extensa e completa, que o bispo faz a cada ano aos fiéis atendidos no território de sua diocese.

Dom Dimas falou também sobre a importância deste Encontro para a comunhão entre os presbíteros e destacou o processo de beatificação de alguns religiosos brasileiros, que cria modelos de conduta aos padres que estão iniciando sua vocação. Conforme o bispo, isto fortalece o laço do religioso com o presbitério.

 

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