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"Sem o respeito pela natureza e pelo homem, a humanidade caminha para o niilismo", alerta o Papa

Cidade do Vaticano (Segunda, 04-01-2010, Gaudium Press) O Papa Bento XVI presidiu, no primeiro dia do novo ano, uma missa na Basílica de São Pedro pela solenidade da Maria Santíssima Mãe de Deus e pelo 43º Dia Mundial da Paz, duas importantes efemérides para a Igreja Católica.
Os “rostos” de Deus, dos homens e do ambiente foram o centro da reflexão do Santo Padre na cerimônia, O tema do Dia Mundial da Paz este ano é “Se queres a paz, cuidas da criação”.

“O rosto é a expressão por excelência da pessoa, aquilo que a torna reconhecível e de onde transparecem sentimentos, pensamentos, intenções do coração”. O Papa lembra que Deus, invisível por sua natureza, progressivamente se desvela até à sua plena manifestação em Cristo Jesus, assumindo um rosto humano e dando dignidade a todos.

Na meditação do rosto de Deus, prossegue o pontífice, se encontra a “profundidade” do rosto do homem, o qual deve sempre dirigir um olhar respeitoso ao seu semelhante, “qualquer que seja a cor da sua pele, a sua nacionalidade, a sua língua, a sua religião”. Mas só Deus pode garantir a verdadeira “profundidade” do rosto do homem, uma vez que “com Ele estamos em condições de captar no rosto do outro um irmão em humanidade, não um meio, mas um fim, não um rival ou um inimigo, mas um outro eu, um aspecto do infinito mistério do ser humano”.

O Papa afirma que devemos ser educados no respeito pelo outro desde pequenos. Nas salas de aula, compostas por crianças de várias nacionalidades, se encontra “uma profecia da humanidade que estamos chamados a formar: uma família de famílias e de povos”, diz. Nos rostos das crianças deveriam estar presentes a ternura, a alegria e os sorrisos. Ao invés disso, encontramos “rostos marcados pela fome e pelas doenças, rostos desfigurados pelo sofrimento e pelo desespero”. Estes rostos são “um apelo silencioso à nossa responsabilidade: perante a sua condição inerme, caem todas as falsas justificações da guerra e da violência”, nota o Papa.

Sobre a mensagem pelo 43º Dia Mundial da Paz, cujo tema é dedicado à salvaguarda da criação, o Papa observou que o homem é capaz de respeitar as criaturas “à medida que tiver no seu espírito um pleno sentido da vida. Caso contrário, será levado a desprezar a si mesmo e aquilo que o rodeia.” “Ecologia humana” requer de cada homem o respeito pelo ambiente em que vive e por si mesmo, ressalta Bento XVI.

Ainda segundo o Papa, sem alma espiritual e respeito, “o homem se degrada e degrada o ambiente em que vive”, já que tende a caminhar em direção ao niilismo, seja teórico, seja prático, ainda que “a natureza não deixará de pagar as consequências disso”. Nesse contexto, o pontífice renovou o apelo por investimentos na “responsabilidade ecológica”, baseada no respeito do homem e de seus direitos e deveres fundamentais na construção da paz.

O Papa teve como concelebrantes os seus colaboradores mais próximos da Cidade do Vaticano: o Cardeal Secretário de Estado Tarciso Bertone, o Substituto da Secretaria de Estado, Monsenhor Fernando Filoni, e o Secretário para as Relações com os Estados, Monsenhor Dominique Mamberti. Além disso, participaram da celebração ainda o Cardeal Renato Raffaele Martino, presidente emérito do Pontifício Conselho da Justiça e Paz, e o Monsenhor Mario Toso, S.B.D., secretário do mesmo dicastério.

O tema da salvaguarda da criação acontece pela segunda vez entre os temas da mensagem papal pelo Dia Mundial da Paz. Em 1990 João Paulo II dedicou dua mensagem à questão “Paz com Deus criador – paz com toda a criação”.

 

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