Gaudium news > Bispo reprova casamento gay na Argentina

Bispo reprova casamento gay na Argentina

Ushuaia (Terça, 29-12-2009, Gaudium Press) O bispo de Rio de Gallegos – cidade próxima a Ushuaia, na Argentina, Dom Juan Carlos Romanín, disse que a decisão da governadora de Terra do Fogo de aprovar recurso administrativo que permitiu o primeiro casamento entre homossexuais da América Latina o pegou de surpresa, preocupando-o. O prelado avisou que fará uma declaração com o objetivo de “acompanhar pastoralmente a paróquia da Terra do Fogo, neste difícil momento”.

O primeiro casamento entre homossexuais da América Latina aconteceu ontem em um cartório de Ushuaia, cidade da Terra do Fogo, província Argentina. A união só foi possível porque governadora Fabiana Ríos aprovou recurso pedido pelo casal de homens de Buenos Aires, Alex Freyre e José Maria Di Bello.

D. Romanín afirmou que a Igreja “respeita” a opção sexual destas pessoas, mas alertou que respeitar não quer dizer aprovar os seus atos. “Seguiremos firmes em nossas convicções e defenderemos sempre nossa doutrina”, reiterou.

Segunda tentativa

O casal homossexual havia tentado se casar em um cartório de Palermo, bairro de Buenos Aires, no dia 1 de dezembro deste ano, por meio de uma autorização da juíza civil da cidade, Gabriela Seijas. Contudo, um dia antes da união legal ocorrer, a titular do juizado civil 85, Marta Gómes Alsina, suspendeu o casamento por considerar que a magistrada portenha não tinha competência para autorizá-lo.

A medida judicial da doutora Seijas não foi contestada, na época, pelo chefe do governo portenho, Maurício Macri, decisão que foi criticada pelo arcebispo de Buenos Aires, cardeal Jorge Bergoglio, em dois comunicados. Na ocasião, o prelado afirmou que o governante faltou gravemente à sua função.

Atualmente, as circunstâncias legais do casamento autorizado na Terra do Fogo estão sendo analisadas pela Corporação de Advogados Católicos, que pretende entrar com uma anulação do casamento. O vice-presidente da corporação, Eduardo Sambrizzi, qualificou como “um show” o que ocorreu em Ushuaia.

Conferência Episcopal Mexicana critica aprovação de lei

A Conferência Episcopal do México (CEM), por sua vez, divulgou um comunicado esta semana no qual “rechaça” a lei aprovada na última segunda-feira (21) na Cidade do México, que pretende permitir a união matrimonial de pessoas do mesmo sexo na capital do país com os mesmos direitos das uniões heterossexuais, o que incluiu o direito a adotar filhos.

O comunicado, assinado pelo secretário-geral da CEM, Dom Víctor René Rodríguez Gómez, ressalta que, com respeito à lei apresentada pelo Partido da Revolução Democrática e outros grupos políticos, se “requer um debate e consulta mais amplo entre todos os setores da sociedade”.

“O cardeal Norberto Rivera Carrera [arcebispo Primado do México] tem expressado em diversos momentos um contundente rechaço a esta lei que viola as implicações da Lei Natural, uma vez que é a partir da fé que professamos a instituição familiar, responsável por procriar e propiciar que as crianças tenham a referência de um pai e uma mãe para sua educação e desenvolvimento como pessoas”, ressalta a nota.

O arcebispo da Cidade do México afirmou, quando da aprovação da nova lei pelos vereadores da cidade, que a união entre pessoas do mesmo sexo “jamais será um casamento” e assegurou que “não existe fundamento ético ou racional para assimilar ou estabelecer analogias entre as uniões homossexuais”.

“Os atos homossexuais, de fato, fecham o ato sexual ao dom da vida. Não procedem de uma verdadeira complementaridade afetiva e sexual”, assinalou o cardeal.

O comunicado emitido pelo CEM termina “pedindo a Santíssima Madre María de Guadalupe que, tanto os poderes da União como os governos locais, emitam leis que garantam a convivência fraterna e respeitosa em benefício de todos os mexicanos”.

A nova lei, aprovada no dia 21 de dezembro pela Assembleia Legislativa do Distrito Federal, pode tornar a Cidade do México a primeira cidade latinoamericana a autorizar o matrimônio homossexual. Para que passe a valer, a nova legislação precisa ser sancionada pelo prefeito da cidade, Marcelo Ebrard.

 

Deixe seu comentário

Notícias Relacionadas