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Em encontro com cardeais, Papa diz que a reconciliação não pode ser usada como instrumento da política

Cidade do Vaticano (Segunda, 21-12-2009, Gaudium Press) Seguindo a tradição, antes do Natal, Bento XVI encontrou-se hoje com os cardeais, os membros da Família Pontifícia, da Cúria e da Prelazia Romana e do Governatorato do Estado da Cidade do Vaticano para os votos de Natal. Durante o encontro, que acontece todos os anos entre os dias 20 e 21 de dezembro na Sala Clementina do Palácio Apostólico, o Santo Padre proferiu também um discurso em retrospectiva aos acontecimentos de 2009.

O Pontífice lembrou a importância de sua visita à Terra Santa em maio, e à República Tcheca em setembro, e o Sínodo da África em outubro. No contexto da situação política na Terra Santa e no continente africano, o Papa ressalta a “reconciliação, justiça, paz” como as questões mais importantes.

“Reconciliações são necessárias para uma boa política, – diz o Pontífice – mas não podem ser realizadas unicamente para ela. São processos pré-políticos e devem surgir de outras fontes”. Porque o processo de paz “pode se realizar somente ao se alcançar uma reconciliação interior.”

O dever da Igreja no mundo é “examinar profundamente o conceito de reconciliação”, afirmou. O Santo Padre lembrou que a reconciliação é um processo ao qual pertence “a disponibilidade à penitência, a disponibilidade a sofrer até o fim por uma culpa e a se deixar transformar”. As pessoas são convidadas a dar o primeiro passo, isto é, a ir ao encontro do outro e oferecer-lhe a reconciliação, assumir o sofrimento que comporta a renúncia ao próprio “ter razão”.

No processo da reconciliação se revela o sentido de penitência, necessidade de transformar. “Neste nosso mundo de hoje temos que redescobrir o sacramento da penitência e da reconciliação”. “A unidade da culpa, penitência e perdão são condições fundamentais da verdadeira humanidade” explicou o Papa.

Bento XVI também comentou sua visita à Terra Santa, especificamente ao memorial do holocausto em Israel. “A visita a Yad Vashem – diz Bento XVI – significou um encontro perturbador com a crueldade da culpa humana, com o ódio de uma ideologia cega que, sem nenhuma justificativa, levou milhões de pessoas à morte e que, com isso, em última análise, quis afastar do mundo também Deus, o Deus de Abraão, de Isaac e de Jacó e o Deus de Jesus Cristo.”

Ao fim de seu discurso, o Papa falou sobre a missão da Igreja católica no mundo moderno. “As pessoas devem se sentir convidadas a participar da vida da Igreja, a qual também deve abrir o diálogo com as outras religiões”.

Na Sala Clementina, estavam presentes os prefeitos de todas as Congregações e presidentes de todos os Conselhos e Comissões Pontifícias, além dos responsáveis pelo Governatorato, pela Gendarmeria Vaticana e pela Guarda Suíça Pontifícia.

 

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