Gaudium news > Bento XVI é um “incurável otimista” na sua visão sobre o Humanismo, diz cardeal Bertone

Bento XVI é um “incurável otimista” na sua visão sobre o Humanismo, diz cardeal Bertone

Roma (Terça, 24-11-2009, Gaudium Press) “Percurso histórico das problemáticas econômicas na Europa – A Caritas in Veritate para um novo Humanismo”. Com esta temática, o cardeal Tarcisio Bertone, secretário de Estado do Vaticano, discursou hoje na inauguração do ano acadêmico 2009-2010 da Universidade Europeia de Roma, durante o Encontro “Qual futuro para a economia? Reflexões a partir da Caritas in Veritate”.

O secretário de Estado dedicou a sua fala à questão do Humanismo. Ele afirmou que é preciso adotar hoje “um novo humanismo” para conter a ideologia capitalista de acumulação e evitar futuras crises econômicas. “Se a Caridade de fato é o princípio das micro e das macro relações – da família às relações sociais, econômicas e políticas – a verdade permite aos homens extrapolarem as opiniões e as sensações individuais e estarem acima e além das determinações culturais e históricas, até a “avaliação do valor e da substância das coisas”. Porque o bem comum ‘é exigência de justiça e de caridade.”

Cardeal Bertone recordou a história do Humanismo europeu que, iniciado no século XV, abriu caminho para o período moderno. Agora, “não se trata somente da Europa, mas da família humana inteira. Globalização, liberalização, financeirização, novas tecnologias, migrações globais, desigualdades sociais, conflitos identitários, riscos ambientais, são somente alguns dos processos que assinalam o ingresso da civilização na rede da complexidade.”

Para o cardeal, as principais causas da “atual crise financeira são consequências da insustentabilidade de comportamentos” e de um capitalismo desequilibrado.

“Tal insustentabilidade da economia moderna é o fruto de uma exasperação da sua lógica: a lógica do capitalismo é a acumulação, a qual, por natureza, é ilimitada. Deveria-se dizer, mais propriamente, infinita. E é a lógica do infinito que está na base dos desastres financeiros. Deve-se ampliar com novos paradigmas a teoria do mercado e a teoria tradicional da empresa na economia globalizada, que deve ser cada vez mais direcionada à ética e menos ao lucro”, defendeu.

O secretário de Estado disse que, como ensina Bento XVI, os instrumentos do mercado podem ser bons ou maus, mas que a responsabilidade é parte do homem. Ele afirmou ainda que o Papa, assim como o seu predecessor João Paulo II, é um “incurável otimista”, que “vê além e nos encoraja à esperança que diz ‘não’ à derrota no Humanismo”.

 

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