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Artigo: "Todo poder vem de Deus"

São Paulo (Segunda, 23-11-2009, Gaudium Press) A solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, como Rei do Universo, fecha o Ano Litúrgico, onde meditamos a Sua realeza entre as pessoas e os povos.

A data foi introduzida no calendário católico pelo Pontífice Pio XI, na carta encíclica: “Quas Primas”. Esse primeiro documento promulgado pelo Papa, já no início de seu pontificado, no ano de 1925, tinha como finalidade apontar a causa principal de uma época em que o solo europeu ainda não havia sorvido todo sangue derramado pelas vítimas da Primeira Guerra Mundial. E em que o mundo caminhava a passos céleres para uma ainda pior.

Diante dos sombrios acontecimentos que ceifaram tantas vidas, Pio XI, dirigindo-se aos bispos do mundo inteiro, afirmava: “analisemos as causas supremas das calamidades que vemos abrumar e afligir o gênero humano. Nela proclamamos claramente que este cúmulo de males invadiu a terra, porque a maioria dos homens afastou-se de Jesus Cristo e de sua lei santíssima, assim como em suas vidas e costumes, na família e governos de Estados…” [1]

O mundo no dizer do Vigário de Cristo havia se distanciado daquele que é: O caminho, a verdade e a vida. Trazendo como conseqüência grandes infortúnios.

A Igreja, como mãe solícita, sempre vai à busca de seus filhos procurando alertá-los, instruí-los sobre a raiz mais profunda do mal que lhes aflige. Pio XI apontava a causa dos sofrimentos pelo qual o mundo passava: não-reconhecimento de Cristo Rei dentro da sociedade humana.

Seguindo a mesma inspiração do Divino Espírito Santo e a tradição da Igreja, o Papa João Paulo II, em sua homilia aos empregados de vários organismos constitucionais da República italiana, aponta para a importância de fazer Jesus Cristo reinar em nossas atividades, dizendo: “Entre as virtudes que devem brilhar em vós figura sem dúvida a lealdade às instituições, às quais estais chamados a servir considerando o primado de Deus: “Dai a César o que é do César, e a Deus o que é de Deus.” (Mc 12, 17).

Este luminoso princípio evangélico orientou a Igreja desde as suas origens, impulsionando-a a mostrar grande respeito pelas instituições civis. Nelas, e nos homens que assumem sua responsabilidade, há de se ver um sinal da presença de Deus, que guia os acontecimentos da história. “Omnis potestas a Deo” (Rm 13, 1): todo poder vem de Deus. Nisto se apoia o dever de acatamento às leis e a quem exerce a autoridade. Entretanto, tudo deve se submeter à soberania de Deus, até o ponto de que em nenhum caso pode chegar a ser obrigatório o que se opõe a sua lei. O cristão deve ser firme testemunha deste princípio, indo, quando for necessário, “contra a corrente”. “Neste caso encontrará apoio na força da oração.” [2]

Nossa humanidade hodierna procura a paz: rica de potencialidades e de expectativas, porém ameaçada por múltiplas insídias e perigos, procura a paz.

A resposta estará nas palavras do Papa que instituiu a solenidade De Cristo como Rei do Universo: Nunca resplandecerá uma esperança certa de paz e verdadeira entre os povos, enquanto os indivíduos e as nações neguem e rechacem o império de nosso Salvador.

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[1] http://www.vatican.va/holy_father/pius_xi/encyclicals/documents/hf_p-xi_enc_11121925_quas-primas_sp.html
[2] http://www.vatican.va/holy_father/john_paul_ii/homilies/2000/documents/hf_jp-ii_hom_20001126_jubillaity_po.html

 

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