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O convite para testemunhar Cristo é um dom: não podemos fugir dele, diz Papa no Angelus

Cidade do Vaticano (Segunda-feira, 09-03-2020, Gaudium Press) O Angelus deste domingo, 08/03, foi realizado de um modo incomum.

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A tradicional oração mariana do Angelus foi rezada
na Biblioteca Apostólica e não da janela do Palácio Apostólico.
Foto Wikipedia

A tradicional oração mariana foi rezada na Biblioteca Apostólica e não da janela do Palácio Apostólico. Conforme explicou o próprio Papa, a medida foi tomada para evitar aglomerações que podem vir a favorecer a transmissão do Covid-19.

Para que os fiéis pudessem presenciar este momento, foram colocados telões na Praça São Pedro.

Transfiguração do Senhor

O Papa Francisco comentou o Evangelho do segundo Domingo da Quaresma (cfr Mt 17,1-9), que apresenta a narração da Transfiguração de Jesus.

Cristo toma consigo Pedro, Tiago e João e os leva para uma alta montanha, símbolo da proximidade com Deus, para convidá-los a terem uma compreensão mais plena do mistério da sua pessoa.

Foi a oportunidade de Jesus dizer a eles sobre os seus sofrimentos, a sua morte e sua ressurreição.
Mas eles não conseguiram aceitar a perspectiva apresentada por Jesus.

Jesus, estando no alto da montanha, recolheu-se em oração e transfigurou-se diante dos três discípulos.
Então, como diz o Evangelho, neste trecho, “o seu rosto brilhou como o sol e as suas roupas ficaram brancas como a luz”(v. 2).

Pela Transfiguração, o conhecimento do Filho de Deus

Francisco explicou que, através do evento maravilhoso da Transfiguração, os três discípulos são chamados a reconhecer em Jesus o Filho de Deus:

“Assim, eles avançam no conhecimento do seu Mestre, dando-se conta que o aspecto humano não expressa toda a sua realidade; aos olhos deles, é revelada a dimensão ultraterrena e divina de Jesus.”

Assim, com a transfiguração, os discípulos são convidados a ouvi-lo e segui-lo.

Os critérios de escolha de Jesus

De entre os doze apóstolos, Jesus escolheu Pedro, Tiago e João, relembrou Francisco, sublinhando que foi reservado a eles o privilégio de assistir à transfiguração, “não porque eram os mais santos”.

E recordou que, mesmo assim, na hora da provação, Pedro o renegou; e os dois irmãos Tiago e João pediram para ter os primeiros lugares no seu reino.

Foi ai que o Pontífice mostrou que Jesus não escolhe segundo os nossos critérios.
Ele escolhe segundo o seu amor: “Trata-se de uma escolha gratuita, incondicionada, uma iniciativa livre, uma amizade divina que não pede nada em troca.”

Assim como Jesus chamou Pedro, Tiago e João, hoje, diz o Papa, ele chama algumas pessoas para que estejam próximas a Ele, para poder testemunhá-lo:

“Ser testemunha de Jesus é um dom que não merecemos: nos sentimos inadequados, mas não podemos nos furtar com a desculpa da nossa incapacidade. “

Testemunho, a graça, a Fé

Francisco recordou que nós não estivemos no monte Tabor; nossos olhos não viram o rosto de Jesus, contudo, a nós foi entregue a Palavra da salvação, foi doada a fé.

O Papa diz que a nós Jesus também diz: “Levantai-vos e não tenhais medo”.

Para Francisco, “Neste mundo marcado pelo egoísmo e pela avidez, a luz de Deus está ofuscada pelas preocupações do cotidiano. Dizemos com frequência: não tenho tempo para rezar, não sou capaz de realizar um serviço na paróquia, de responder aos pedidos dos outros… Mas não devemos nos esquecer que o Batismo que recebemos faz de nós testemunhas, não pela nossa capacidade, mas pelo dom do Espírito. “

Recomendação

O Papa suas palavras pedindo a intercessão da Virgem Maria para que, no tempo propício da Quaresma, nos dê a docilidade ao Espírito, que é “indispensável para nos encaminhar de maneira resoluta no caminho da conversão”. (JSG)

 

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