A alegria da simplicidade
Redação (Terça-feira, 18-02-2020, Gaudium Press) Elas não pretendem ter a imponência das águias, a elegância dos pavões ou o melodioso canto dos rouxinóis. Entretanto, o seu singelo pipilar sugere-nos a mesma alegria que caracteriza o seu modo de ser.
As andorinhas estão contentes sendo andorinhas, e fazendo aquilo que uma ave como elas faz! Foto Gaudium Press |
Cena de verão
Há uma cena muito conhecida por aqueles que vivem em um país de latitude tropical: durante os dias de verão, junto aos telhados, deslizam pelo céu algumas dezenas de pássaros.
São pequenos e delicados, porém o contorno de suas asas pontudas é de uma perfeição retilínea, de tal modo que se assemelham a tesourinhas cortando o ar. O padrão das cores de sua plumagem, branco alternado com azul-marinho ou preto, faz-nos recordar o hábito dominicano: …são as andorinhas.
As Andorinhas
É notável a vivacidade destes simpáticos animais: seu voo é ágil, o bater de suas asas, ligeiro: Parecem brincar entre si fazendo acrobacias no ar e lançando-se para cima e para baixo…
Às vezes, vemo-las dar uns voos rasantes, e passar a milímetros dos obstáculos que surgem em seu caminho. Quase se diria que estão a festejar a luz do sol!
Ao contemplar esse espetáculo, têm-se uma impressão de suavidade e leveza, ao mesmo tempo que nos é transmitido um sentimento de regozijo.
As andorinhas estão contentes sendo andorinhas, e fazendo aquilo que uma ave como elas faz!
Rejubilam-se em planar pela imensidão celeste, estendendo suas asas ao sol e deixando-se carregar pela brisa vespertina. Sua vivacidade é um verdadeiro reflexo da alegria de viver, sendo aquilo que se é com toda a simplicidade.
Nada de comparações
Não pretendem ter a imponência das águias, o esplendor dos beija-flores ou a elegância dos pavões. Antes, sua beleza é delicada e cheia de inocência.
Também nunca se ouviu dizer que apresentassem um canto melodioso, como os rouxinóis e os canários.
Entretanto, o seu singelo pipilar sugere-nos a mesma alegria que caracteriza o seu modo de ser.
A alegria de ser: a verdadeira felicidade
Assim devemos ser nós. Não precisamos estar preocupados em nos tornar algo para o qual não fomos feitos, ou em demonstrar qualidades e aptidões que não possuímos.
Cada alma é chamada a fazer resplandecer em si determinado aspecto das infinitas perfeições de Deus. E é refletindo de forma única essa luz específica que o homem realiza sua missão, dando glória ao Pai Celeste.
Eis a verdadeira felicidade: saber-se filho de Deus, fonte da eterna paz e do júbilo supremo! Eis a alegria das almas inocentes que, como pequenas andorinhas imersas no vasto azul do céu, vivem tranquilas por sentirem-se dentro de seu Criador. N’Ele são livres, e somente n’Ele são felizes.
Esta é a vontade de Deus
A contemplação dessas avezinhas nos convida a elevar nossas vistas às realidades superiores, às doçuras celestes. Quase se poderia dizer que ali não estão somente pássaros a voar, mas também – e sobretudo – uma revoada de Anjos a cantar as maravilhas de Deus, transmitindo-nos o seu próprio gáudio.
Desse modo, o voo das andorinhas nos remete àquelas palavras das Sagradas Escrituras: “Caminhai sempre alegres, pois esta é a vontade de Deus a vosso respeito” (cf. I Tes 5, 16-18).
Por Irmã Giuliana d’Amaro, EP
(in “Revista Arautos do Evangelho”)
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