Santa Ágata, mártir: protetora contra as doenças mamárias
Os católicos comemoram no dia de hoje, 5 de fevereiro, a memória de Santa Ágata, cuja intercessão a Igreja determinou que fosse invocada diariamente na Santa Missa.
Redação (05/02/2021 09:00, Gaudium Press) Santa Ágata ou Santa Águeda é uma das mais gloriosas heroínas da Igreja primitiva. A Igreja determinou que sua intercessão fosse invocada diariamente na Santa Missa. Nascida na Sicília, pertenceu a uma das famílias mais nobres do país. Ainda muito jovem, Ágata consagrou-se à Deus, pelo voto da castidade.
Santa Ágata perseguida por ser cristã
O governador Quintiano, tendo tido notícia da formosura e grande riqueza de Ágata, acusada do crime de pertencer à religião cristã, mandou-lhe ordem de prisão. A Santa, vendo-se nas mãos dos perseguidores, exclamou: “Jesus Cristo, Senhor de todas as coisas, vós vedes o meu coração e lhe conheceis o desejo. Tomai posse de mim e de tudo que me pertence. Sois o Pastor, meu Deus; sou vossa ovelha. Fazei que seja digna de vencer o demônio”.
Estando diante do governador, este comprovou sua extraordinária beleza e ficou tomado de uma violenta paixão e fez-lhe propostas indecorosas. Ágata, indignada, rejeitou as impertinências desavergonhadas e declarou ali mesmo preferir morrer a macular o nome de cristã.
Um plano diabólico contra Santa Ágata
Quintiano, falsamente, deu mostras de ter desistido de seus maus desejos para conseguir coisas piores ainda. Ele mandou entregar a donzela a uma tal Afrodisia, mulher de péssima fama, para que, na convivência com esta má pessoa, Ágata cedesse. Nisso ele errou totalmente, pois não conhecia as virtudes de Ágata: Afrodisia nada conseguiu e depois de um trabalho inútil de trinta dias, pediu a Quintino que tirasse Ágata de sua casa.
Começa o martírio de Santa Ágata
Aí começou, então, o martírio da nobre siciliana. Tendo-a citado perante o tribunal, o Governador apostrofou-a com estas palavras: “Não te envergonhas de rebaixar-te à escravidão do cristianismo, quando pertences a nobre família?”
Ágata respondeu-lhe: “A servidão de Cristo é liberdade e está acima de todas as riquezas dos reis”. A resposta a esta declaração foram bofetadas, tão barbaramente aplicadas, que lhe causaram hemorragias no rosto. Depois desta e de outras brutalidades a Virgem foi metida no cárcere e ameaçada de poder passar por torturas maiores, se não resolvesse abandonar a religião de Jesus Cristo.
O tirano governador cumpriu suas promessas ordenando que a donzela fosse esticada sobre uma mesa e seus membros fossem desconjuntados, todo o corpo de Ágata fosse queimado com chapas de cobre em brasa, os seios fossem amassados com torqueses e, depois, cortados. Referindo-se a esta última brutalidade, Ágata disse ao juiz: “Não te envergonhas de mutilar na mulher, o que tua mãe te deu para te aleitar?”
Santa Ágata levada novamente ao Cárcere: o milagre da cura
Após esta tortura, Ágata foi levada novamente ao cárcere, entregue às suas dores, sem que lhe fosse administrado o mínimo tratamento. Deus, porém, que confunde os planos dos homens, veio em auxílio de sua pobre serva. Durante a noite lhe apareceu um venerável ancião, que se dizia mandado por Jesus Cristo, para trazer-lhe alívio e curá-la.
O ancião, que era o Apóstolo São Pedro, elogiou-lhe a firmeza e animou-a a continuar firme no caminho da vitória. A visão desapareceu e Ágata com muita admiração viu-se completamente restabelecida, inclusive com seus seios curados.
Cheia de gratidão, entoou cânticos, louvando a misericórdia e bondade de Deus. Os guardas, ouvindo-a cantar, abriram a porta do cárcere e vendo a Mártir completamente curada, fugiram cheios de pavor.
As companheiras de prisão de Ágata aconselharam-na que fugisse, aproveitando ocasião tão propícia para isto. Ela, porém, disse: “Deus me livre de abandonar a arena antes de ter segura em minha mão a palma da vitória”.
Santa Ágata diante do juiz mais uma vez
Quatro dias se passaram e ela foi novamente apresentada ao juiz. O espanto dele foi grande, misto de pavor e admiração, vendo-a completamente restabelecida.
Ágata disse-lhe: “Vê e reconhece a onipotência de Deus, a quem adoro. Foi ele quem me curou as feridas e me restituiu os seios. Como podes, pois exigir de mim que o abandone? Não, não poderá haver tortura, por mais cruel que seja, que me faça separar-me do meu Deus”.
Mais tormentos… e os castigos de Deus
O juiz não mais se conteve. Deu ordem para que Ágata, fosse rolada sobre cacos de vidros e brasas. No mesmo momento a cidade foi abalada por um forte tremor de terra. Uma parede, bem perto de Quintiano, desabou e sepultou dois seus amigos.
O povo, diante disto, não mais se conteve e em altas vozes exigiu a libertação da Mártir, dizendo: “Eis o castigo que veio, por causa do martírio da nobre donzela. Larga a tua inocente vítima, juiz perverso e sem coração!”.
Fé mais forte que os tormentos
Ágata voltou ao cárcere e lá chegada, de pé, com os braços abertos, orou a Deus nestes termos: “Senhor, que desde a infância me protegestes, extinguistes em mim o amor ao mundo e me destes a graça de sofrer o martírio, ouvi as preces da vossa serva fiel e aceitai a minha alma”. Santa Ágata acreditava que a morte seria um final feliz para suas torturas.
Os carrascos tinham o cuidado para não deixá-la morrer e carregaram o seu corpo alquebrado de volta à cela, enquanto ela orava pela liberdade. Naquele exato momento um terremoto sacudiu a prisão e ela então veio a falecer. Deus ouviu a voz de sua filha e recebeu-a em sua glória no ano 252.
Santa Ágata faz cessar a erupção do Vulcão Etna
Um ano depois da morte de Santa Ágata, a cidade de Catania assistiu apavorada, a erupção do Vulcão Etna. O povo, em sua indizível aflição, quando viu as ondas da lava incandescentes ameaçarem a cidade, correu ao túmulo da Santa, tomou o véu que cobria o seu rosto e estendeu-o contra a torrente de fogo. Imediatamente o perigo estava afastado.
Por conta deste fato, Santa Ágata é a padroeira de Catania, sendo invocada contra terremotos e erupções e incêndios. O seu túmulo está na Catania, Sicília e o seu véu está num santuário na Catedral de Florença.
Pães de Santa Ágata
Uma santa que resiste a tais torturas é muito reverenciada e o local de sua tumba é um local sagrado para os cristãos. Surgiram pinturas de Santa Ágata carregando seus seios cortados em um prato, foram confundidos com pães e isto levou a prática dos “pães de Santa Ágata”, que são distribuídos no dia da santa para combater uma grande variedade de doenças e infortúnios.
Na arte litúrgica da Igreja ela é mostrada como uma mártir com uma palma e os dois seios em um prato ou às vezes com os seios em duas pinças ou coroada com palmas. Ela está representada no mosaico de Santo Apolinário Nuevo, em Ravenna, Itália e em outro mosaico, mostrando seu martírio por Sebastião del Piombo, no Palácio del Pitti em Florença, Itália
As Relíquias de Santa Ágata
As relíquias de Santa Ágata foram levadas à Constantinopla em 1040 por um general bizantino. Em 1126, dois soldados (talvez franceses), Giliberto e Goselino, furtaram os restos mortais de Ágata, que foram entregues ao Bispo Maurício no Castelo de Aci. Em 17 de agosto de 1126, as “relíquias” voltaram à Catedral de Catânia, onde até hoje permanecem em nove relicários. (EPC)
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