Corrupção: "pecado que nasce no coração do homem", afirma missionário africano
Burkina Fasso (Quarta-feira, 05-02-2020, Gaudium Press) “A corrupção é um pecado e, como tal, tem a sua fonte no coração humano ferido que continua sendo vítima de dois fatores em particular: a cultura do individualismo e o amor excessivo pelo dinheiro” ela é “um mal para a nossa humanidade, tem efeitos nocivos para o desenvolvimento humano integral em geral e em particular”.
A corrupção é um pecado: nasce no coração vítima da cultura do individualismo e do amor excessivo pelo dinheiro. Foto: SMA |
Essas foram palavras do teólogo da Sociedade para as Missões Africanas, padre Donald Zagore, ditas para a Agencia missionária Fides em um contato realizado à margem do Congresso continental sobre a missão ad gentes que teve como tema: “Testemunhar, anunciar e celebrar a fé na missão de evangelização na África hoje”.
O Congresso foi realizado em Uagadugu, capital de Burkina Fasso, país situado no oeste da África e que foi encerrado no último sábado, 1º de fevereiro.
Perguntas sobre o fenômeno da corrupção
O sacerdote missionário participou do Congresso dirigindo um seminário onde ele discorreu sobre “O Evangelho do Reino de Deus e o desenvolvimento humano integral no combate à corrupção”.
Ele colocou em suas participações algumas interrogações sobre o fenômeno:
“O Evangelho do Reino de Deus, que Cristo mesmo encarna, pode desenvolver hoje um papel decisivo neste processo de cura e tornar-se desse modo a semente do desenvolvimento humano integral?”
“De que modo a corrupção foi capaz de impor-se ao longo do tempo como um parasita invasivo, quase indestrutível, que mina seriamente o equilíbrio e o dinamismo das nossas sociedades em geral e da África?”
“O que alimentou e continua alimentando a corrupção? Qual é a sua raiz? O que o homem pode fazer para remediar? Como as instituições ou as estruturas sociais em questão podem ser curadas?”
Corrupção: um mal que nasce no coração humano
O padre Zagore procurou ressaltar em suas intervenções que “a corrupção é um pecado e, como tal, tem a sua fonte no coração humano ferido que continua sendo vítima de dois fatores em particular: a cultura do individualismo e o amor excessivo pelo dinheiro”.
Para aquele missionário, “O Reino de Deus, com a força do seu Evangelho, restitui à humanidade a sua mais sublime vocação que o pecado mais vezes tentou perverter: a liberdade.
Viver segundo os valores evangélicos do Reino de Deus permanece sendo a chave para a libertação e a cura do poder do pecado da corrupção.”
“Esse é o motivo porque, quando é perguntado se o Evangelho que Cristo mesmo encarna, pode desempenhar hoje um papel decisivo neste processo de cura e libertação do homem e tornar-se o fermento do desenvolvimento humano integral, respondemos que sim.”
Ser testemunhas autênticas da esperança do nosso batismo
O teólogo da Costa do Marfim, religioso da Sociedade para as Missões Africanas,
ainda afirmou para encerrar seu pensamento que “mesmo se a situação histórica possa parecer sem esperança, somos chamados a acolher esta potente e profética voz de Cristo e de seu Evangelho que rompe as nuvens de angústia e sofrimento que criaram a cultura do individualismo que gerou a corrupção, para abrir uma nova era, a do Reino de Deus.”
“Pela força do nosso batismo devemos permanecer testemunhas autênticas desta esperança e portadores dos frutos do nosso batismo em nossas sociedades”.
(ARM)
Deixe seu comentário