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Diocese dos EUA denuncia projeto de lei contra o sigilo da Confissão

Estados Unidos – Salt Lake (Segunda-feira, 20-01-2020, Gaudium Press) A Diretora da Comissão de Justiça e Paz de Salt Lake City, Estados Unidos, Jean Hill, dedicou um artigo no periódico diocesano ‘Intermountain Catholic’ para convocar os fiéis a contactar os legisladores locais com o fim de deter um projeto de lei contra o sigilo sacramental da Confissão em casos de abusos. Segundo expôs, a norma não preveniria nenhum delito, colocaria um obstáculo ao possível arrependimento e entrega dos delinquentes e submeteria os sacerdotes ao dilema de enfrentar a perseguição da justiça ou violar as normas da Igreja e incorrer em uma pena de excomunhão.

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Após destacar a importância do Sacramento da Confissão na vida dos fiéis, Hill lamentou que o projeto HB90 da representante estatal Angela Romero “interromperia esse momento sagrado de uma maneira que poderia destruir permanentemente a relação entre nossos sacerdotes e nós no confessionário, sem conquistar o objetivo declarado da legislação”. A norma eliminaria a excepção que protege o segredo da Confissão em casos de abuso e negligência contra menores. A diretora indicou que “a motivação para o projeto de lei é compreensível”, mas alertou que sua aprovação “não terá este efeito previsto”.

“A confissão e a penitência são fundamentais para a prática de nossa Fé Católica, que data de dois milênios. A confissão aos católicos é nossa oportunidade de revelar nossa consciência a Deus, através do sacerdote que encarna a Cristo neste momento de graça”, recordou Hill. “Para um sacerdote católico, revelar o conteúdo da confissão de uma pessoa é um pecado mortal e uma base para a excomunhão automática. No passado, os sacerdotes foram torturados e deram suas vidas no lugar de romper seu voto solene de proteger o Selo da Confissão”. O segredo da Confissão não é simplesmente uma forma de manter a confidencialidade, mas “é um dever sagrado e, portanto, crítico para o livre exercício de nossa religião”.

A Diretora rejeitou que os proponentes orientem que os sacerdotes escutem confissões de delitos sem fazer nada à respeito. Isto, indicou, não corresponde com a realidade. “Um sacerdote que escuta a confissão de um delito penal pode requerer que o penitente informe às forças de ordem pública, busque um conselho, ofereça falar com a pessoa fora do confessionário e o acompanhe no ato de auto-relato, ou requeira algum outro ato similar de justiça restaurativa através da penitência”, expressou Hill. Violar a confidencialidade da Confissão significaria distanciar os perpetradores da possibilidade de arrepender-se e confessar.

Por estes motivos, Hill solicitou aos fiéis católicos “contactar aos legisladores de seu estado e pedir-lhes que se oponham a este projeto de lei que obriga as pessoas a escolher entre a parte mais sacrossanta de suas crenças religiosas e o encarceramento: a situação contra a qual a Primeira Emenda estava destinada a proteger”. (EPC)

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