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Vaticano publica Constituição Apostólica “Anglicanum coetibus” para admissão de anglicanos

Cidade do Vaticano (Terça, 10-11-2009, Gaudium Press) “Anglicanorum coetibus” é o título da aguardada e nova Constituição Apostólica da Igreja Católica, que introduz as normas canônicas e os Ordinariatos Pessoais para os anglicanos que desejem “entrar em visível comunhão com a Igreja Católica” sem que abram mão de sua liturgia. A Santa Sé ressalta que o documento, divulgado ontem “abre uma nova via de promoção para a fé cristã enquanto, ao mesmo tempo, garante diversidade legitimada na expressão de nossa fé comum”.

Além do documento propriamente dito, a Santa Sé também publicou normas complementárias para a Constituição Apostólica. Os Ordinariatos Pessoais são “uma generosa resposta do Santo Padre para as legítimas aspirações desses grupos anglicanos”, ressaltou o prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, cardeal William Joseph Levada. Padre Federico Lombardi, diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé e porta-voz do Vaticano, também reforçou que a admissão de anglicanos não é uma iniciativa pessoal do Papa, mas “uma decisão tomada após diversos pedidos vindos principalmente da Grã-Bretanha, dos Estados Unidos e da Austrália”.

A Constituição, assinada na última quarta-feira, 4 de novembro, foi publicada em inglês e italiano, e está prevista para breve uma versão em latim. Ela prevê que os padres anglicanos já casados poderão tornar-se sacerdotes católicos, mas não dá a mesma permissão aos bispos anglicanos, que não poderão ser casados. Além disso, a ordenação de ex-padres anglicanos casados “dentro dos Ordinariatos Pessoais não significa qualquer mudança na disciplina da Igreja sobre o celibato clerical”, ratifica o Vaticano.

Outras normas complementares ao artigo 6 explicam as condições para apresentar o pedido para ordenação de padres anglicanos casados dentro da nova estrutura. Como já havia informado anteriormente a Igreja, primeiramente a Conferência Episcopal local deve consultar o candidato e responder às necessidades do Ordinariato. Somente após essa etapa, seguida de uma avaliação caso a caso, é que a pessoa poderia ser aprovada pela Santa Sé. O parágrafo 2 exclui a possibilidade de ordenação do padre “em situação marital irregular”.

O reitor da Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma, frei Gianfranco Ghirlanda, também teceu comentários sobre o significado do documento.

O Ordinariato Pessoal não é “uma estrutura nova dentro das atuais normas canônicas, mas usa a estrutura dos Ordinariatos Pessoais originalmente criados para o cuidado pessoal dos membros das forças armadas”, explica o prof Ghirlanda. A chefia será feita por será “Ordinário”, que pode ser um bispo ou um presbítero. Ele será reservado para os ex-anglicanos e aqueles que serão formados dentro dos Ordinariatos, e está aberto para clérigos, leigos e religiosos.

A mesma regulamentação canônica para toda a Igreja Católica e para a Constituição Apostólica se aplica para o Ordinariato Pessoal. Como toda Conferência Episcopal nacional, eles deverão vir Roma a cada cinco anos para uma visita “ad limina apostolorum”. O reitor explica ainda que os Ordinariatos terão que ter as suas sedes e uma igreja principal.

Após a aprovação e divulgação da Constituição, a Santa Sé terá agora que aprovar um novo rito canônico e o código da Lei Canônica reservada para um novo Ordinariato.

 

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