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A Religião nos países que o Papa visitará de 20 a 26 de novembro

Cidade do Vaticano (Terça-feira, 19-11-2019, Gaudium Press) Novamente o Papa Francisco deverá visitar dois países onde os católicos são uma pequena minoria.

Desta vez, entre os próximos dias 20 e 26, o Pontífice estará na Tailândia e no Japão, no extremo oriente asiático.

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Como são as Igrejas locais nesses países?

Tailândia

O cristianismo chegou ao Reino de Sião, antigo nome da Tailândia, entre os séculos XVI e XVII, pelas mãos dos dominicanos portugueses Jerônimo Cruz e Sebastião da Canto, ambos martirizados em 1569.

Depois deles, chegaram os franciscanos, os jesuítas e as Missões Estrangeiras de Paris.

Em 1688, a Igreja sofreu um longo período de perseguições que finalizou apenas em 1782 com a chegada do rei Rama I ao trono.

Este rei tinha a intenção de fortalecer os laços políticos, econômicos e culturais com as potências ocidentais.

Ao longo do século XIX, a presença da Igreja consolidou-se na Tailândia.

Hoje, 95% de sua população 65,5 milhões de habitantes seguem a religião budista.

O budismo no país tem um status especial, embora não seja a religião oficial do Estado, a liberdade religiosa é garantida pela Constituição, apesar da obrigação expressa do Estado de promover o budismo em sua corrente denominada theravada.

No país ainda existem os muçulmanos que formam 4% dos fiéis da população.

Os católicos representam tão somente 0,59% da população.

A Igreja na Tailândia

A Igreja na Tailândia possui 11 circunscrições eclesiásticas, 502 paróquias, 566 centros pastorais de diferentes tipos.

Seu corpo eclesiástico é composto por 16 bispos, 523 sacerdotes diocesanos, 312 sacerdotes religiosos, 123 religiosos não sacerdotes, 1.461 religiosas, 57 membros de institutos seculares, 221 missionários leigos, 1.901 catequistas e 306 seminaristas.

A Igreja na Tailândia, apesar de ser pequena em número, desempenha um papel social importante no campo educativo, de saúde e social.

Na Tailândia, há cerca de 426 escolas com mais de 450 mil estudantes, muitos deles não cristãos. Também se destaca o compromisso da Igreja em favor dos pobres e dos setores mais vulneráveis da sociedade, entre os quais se encontram os migrantes e os refugiados presentes no país.

Santa Sé

A Tailândia mantém relações diplomáticas plenas com a Santa Sé desde 1968.

Embora nos anos 1980 tenham ocorrido momentos de tensão nas relações Igreja-Estado, devido aos temores dos monges budistas por causa das atividades missionárias, hoje se superaram e as relações diplomáticas são boas.

Japão: chegada do Cristianismo

O cristianismo chegou ao Japão no século XVI com a obra evangelizadora de São Francisco Xavier, que chegou à ilha em 15 de agosto de 1549, junto com jesuítas, franciscanos, dominicanos e agostinianos.

Em 60 anos, os missionários conseguiram construir uma rica comunidade cristã centrada na fé, com fortes raízes na cultura local. A comunidade católica alcançou mais de 300 mil fiéis e teve seu centro na cidade de Nagasaki.

Perseguições

No século XVII, começaram as perseguições. Em 1597, 26 mártires cristãos foram crucificados.

Privados do clero e das igrejas, e apesar dos massacres, alguns cristãos japoneses conseguiram sobreviver transmitindo a fé em segredo de geração em geração.

Era a época dos “kakure kirishitan”, ou dos cristãos escondidos.

Sua existência foi mantida em segredo inclusive para o resto da Igreja até sua “descoberta” em meados do século XIX, quando o país foi aberto novamente para o resto do mundo e foi permitida a entrada dos missionários católicos.

Renascimento da Igreja

Os séculos XIX e XX são os séculos do renascimento da Igreja no Japão.

Em 1862, foram canonizados os 26 mártires cristãos de 1597.

Os missionários jesuítas, franciscanos e dominicanos retornaram e somaram-se também a eles os salesianos.

Nessa época, foram erigidas as dioceses de Nagasaki e Osaka e a Arquidiocese de Tóquio.

Relações diplomáticas com a Santa Sé

Em 1942, estabelecem-se as relações diplomáticas entre a Santa Sé e o Japão, embora o processo tenha sido interrompido devido à Segunda Guerra Mundial.

As relações diplomáticas foram penosamente restauradas em 1966 com a instituição de uma nunciatura apostólica.

Os números no Japão

Apesar da liberdade religiosa, o cristianismo no Japão ainda é tido como sendo uma religião estrangeira e o seu número de fiéis é bem pequeno.

A religião no Japão está distribuída do seguinte modo:

51,82% Shinto, 34,9% Budista, 4% Organizações Shinto e Outros, 2,3% de Cristianismo e 6,98% não pertencem a nenhuma religião.

Muitos japoneses consideram-se tanto xintoístas quanto budistas, o que explica o fato de as duas religiões terem, somadas, aproximadamente 195 milhões de membros, ou seja, mais do que a população total do Japão, de cerca de 127 milhões de pessoas.

Nos sentimentos religiosos da maioria dos japoneses, o Xintoísmo e o Budismo coexistem pacificamente. Para a maioria da população, filiação religiosa não significa frequência e adoração regulares. A maioria das pessoas visitam os santuários xintoístas (jinja) e templos budistas (otera) como parte dos eventos anuais e rituais de passagem dos indivíduos.

A Igreja no Japão

A Igreja possui 16 circunscrições eclesiásticas, 859 paróquias, 102 centros pastorais de diferentes tipos, 29 bispos, 511 sacerdotes diocesanos, 896 sacerdotes religiosos, 29 diáconos permanentes, 173 religiosos não sacerdotes, 4.976 religiosas, 174 membros de institutos seculares, 5 missionários leigos, 1.307 catequistas e 80 seminaristas.

(JSG)

 

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