Papa recomenda deixar-se converter pelo olhar de Jesus
Cidade do Vaticano (Segunda-feira, 04-11-2019, Gaudium Press) Antes de rezar o Angelus no último domingo, 03/11, Francisco fez um pedido a Nossa Senhora para que ela obtivesse para todos nós a graça de sempre sentirmos sobre nós o olhar misericordioso de Jesus, para então, com misericórdia, irmos ao encontro dos que praticam o mal.
Para o Pontífice, “O desprezo e o fechamento em relação ao pecador não fazem senão que isolá-lo e endurecê-lo no mal que ele faz contra si e contra a comunidade”.
Zaqueu converteu-se
Zaqueu, chefe dos “publicanos”, isto é, aqueles judeus que cobravam impostos em nome do império romano – começou explicando o Papa – “era rico não devido a ganhos honestos, mas porque pedia a “propina”, e isso aumentava o desprezo por ele”.
O episódio da conversão de Zaqueu foi narrado por São Lucas, que ao perceber a atenção e a acolhida que recebeu de Jesus, muda radicalmente de mentalidade.
Zaqueu encontrou o Amor e descobriu ser amado. E assim tornou-se também ele capaz de amar os outros, restituindo quatro vezes mais a quem havia prejudicado.
O Encontro com Jesus
Sabendo da passagem de Jesus por Jericó, ele queria ver de perto a Nosso Senhor. Ele queria ver aquele de quem “ouvira dizer coisas extraordinárias”.
Sendo de baixa estatura, sobe na árvore. Mas é Jesus quem, em meio aos tantos rostos que o cercavam, “olha para cima e o vê”.
Segundo Francisco, “isso é importante: o primeiro olhar não é de Zaqueu, mas de Jesus, que entre os muitos rostos que o cercam, procura exatamente aquele. O olhar misericordioso do Senhor nos alcança antes mesmo que nós percebamos ter necessidade de sermos salvos”.
Jesus o olhou antes, o olhar divino do Mestre
Com esse olhar do divino Mestre “começa o milagre da conversão do pecador”, ressaltou o Pontífice.
Jesus o chama pelo nome e pede que desça depressa, pois quer ir ter com ele em sua casa.
“Ele não o censura, não lhe faz um “sermão”; diz que deve ir até ele: “deve”, porque é a vontade do Pai”.
Francisco comenta o que as pessoas murmuram, pois Jesus escolhe entrar na casa de um pecador público, desprezado por todos.
Diz o Papa:
“Nós também teríamos ficado escandalizados com esse comportamento de Jesus. Mas o desprezo e o fechamento em relação ao pecador não fazem senão que isolá-lo e endurecê-lo no mal que ele faz contra si e contra a comunidade. Em vez disso, Deus condena o pecado, mas tenta salvar o pecador, vai procurá-lo para trazê-lo de volta ao caminho reto”.
Dificuldade de entender
“Quem nunca se sentiu procurado pela misericórdia de Deus, tem dificuldade em compreender a extraordinária grandeza dos gestos e palavras com que Jesus se aproxima de Zaqueu “
A mudança de mentalidade
A atenção de Jesus e a forma como foi acolhido, levam Zaqueu a uma mudança de mentalidade.
“Em um momento ele percebe quanto é mesquinha uma vida movida pelo dinheiro, à custa de roubar dos outros e ser desprezado por eles”:
“Ter o Senhor ali, em sua casa, faz com que ele veja tudo com olhos diferentes, também com um pouco da ternura com que Jesus olhou para ele. E muda também o seu modo de ver e de usar o dinheiro: substitui o gesto do extorquir pelo de dar. De fato, decide dar metade do que possui aos pobres e restituir quatro vezes mais àqueles de quem roubou. Zaqueu descobre de Jesus que é possível amar gratuitamente: até agora ele era avarento, agora se torna generoso; gostava de acumular, agora se alegra em distribuir”.
“Encontrando o Amor, descobrindo ser amado apesar de seus pecados, ele se torna capaz de amar os outros, fazendo do dinheiro um sinal de solidariedade e de comunhão. “
(JSG)
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