Gaudium news > Papa no Angelus: bens materiais não devem desviar dos tesouros verdadeiros e eternos

Papa no Angelus: bens materiais não devem desviar dos tesouros verdadeiros e eternos

Cidade do Vaticano (Segunda-feira, 05-08-2019, Gaudium Press) Durante a oração do Angelus neste domingo, 04/08, o Papa Francisco recordou que os bens materiais são necessários para a vida, são um meio para viver honestamente e na partilha com os mais necessitados.

Papa no Angelus-Bens materiais nõ devem desviar dos bens verdadeiros Foto Arquivo Gaudium Press.png

O Papa, no entanto, admoesta que estes mesmos bens materiais podem aprisionar o coração e distraí-lo do verdadeiro tesouro que está no céu.

Para Francisco, a cobiça é fonte de inquietação e guerras.

Capítulo 12 de São Lucas, versículo 13

“Seria belo se vocês lessem hoje o capítulo 12 de São Lucas, versículo 13. É uma bela parábola que nos ensina muito”, disse o Papa os fiéis presentes na Praça São Pedro neste XVIII Domingo do Tempo Comum ao comentar o Evangleho do dia.

Parábola do Rico Explicação da Cena

Francisco começa explicando a cena narrada por São Lucas, em que um homem que se levanta entre a multidão e pede a Jesus para elucidar uma questão jurídica sobre a herança de família.

Mas Ele não trata da questão na resposta, e exorta a “permanecer distante da ganância, isto é, da avidez de possuir”.

Jesus “para dissuadir seus ouvintes dessa busca frenética pela riqueza”, conta a parábola do rico louco, “que acredita estar feliz porque teve a sorte de uma colheita excepcional e se sente seguro pelos bens acumulados”.

De um lado, o rico, que coloca diante de si “os muitos bens acumulados, os muitos anos que esses bens parecem assegurar a ele, e terceiro, tranquilidade e o bem-estar desenfreados.”

De outro, Deus que se dirige a ele, desfazendo todos estes projetos:
“em vez dos “muitos anos”, Deus indica o imediatismo de “nesta mesma noite, nesta noite morrerás”; no lugar do “gozo da vida” apresenta-lhe o “devolver a vida, devolverás a vida a Deus”, com o consequente julgamento.”

“E as coisas que você preparou, para quem vão ficar?”

Diante da realidade dos muitos bens acumulados que eram a base sobre a qual o rico alicerçava a sua vida, a pergunta: “E as coisas que você preparou, para quem vão ficar?”

O Papa recorda então das lutas pela herança, “tantas lutas de família”:

” E tanta gente, todos conhecemos alguma história, que na hora da morte começa a aparecer: os sobrinhos, os netinhos vem conferir: “Mas o que cabe a mim?”, e levam embora tudo “

 Louco? Por que?

Francisco afirma que é nesta contraposição “que se justifica a denominação de “louco”: ele pensa em coisas que acredita serem concretas, mas são uma fantasia. “Ele é louco, porque na prática ele renegou a Deus, ele não contava com ele”.

Diz o Papa que a advertência do evangelista “revela o horizonte para o qual todos somos chamados a olhar”: “Assim acontece com quem ajunta tesouros para si mesmo, mas não é rico para Deus”:

Bens materiais: necessários mas podem fazer esquecer o veradeiro tesouro

“Os bens materiais são necessários, são bens, mas são um meio para viver honestamente e na partilha com os mais necessitados. Jesus hoje nos convida a considerar que as riquezas podem aprisionar o coração e distraí-lo do verdadeiro tesouro que está no céu.”

Buscar coisas que têm verdadeiro valor

Continuando com suas palavras, o Papa Francisco recordou que a segunda leitura proposta pela liturgia do dia, da Carta aos Colossenses, São Paulo recomenda a busca das coisas do alto, e não as coisas da terra, o que não significa “fugir da realidade”, ressalta Francisco:

A busca das coisas do alto, e não as coisas da terra, destaca Francisco, “não significa fugir da realidade, mas buscar coisas que têm um verdadeiro valor: a justiça, a solidariedade, a acolhida, a fraternidade, a paz, todas coisas que constituem a verdadeira dignidade do homem. Trata-se de direcionar para uma vida realizada não segundo o estilo mundano, mas segundo o estilo evangélico: amar a Deus com todo o nosso ser e amar o próximo como Jesus o amou, isto é, no serviço e no dom de si.”

A Cobiça gera: inquietação, adversidade, prevaricação

O Pontífice interpreta: “O amor assim entendido e vivido, é a fonte da verdadeira felicidade, enquanto a procura desmedida de bens e de riquezas materiais é muitas vezes fonte de inquietação, de adversidade, de prevaricação, de guerra”:

“A cobiça dos bens, o desejo de ter bens, não sacia o coração, antes pelo contrário, provoca mais fome! A cobiça é como aquele caramelo gostoso: tu pegas um e diz: “Ah, que bom!!, e depois pega outro e outro. Assim é a cobiça: nunca se sacia. Estejam atentos!”

Valores Efêmeros e Valores Eternos

“Que a Virgem Maria nos ajude a não ficarmos fascinados pelas seguranças que passam, mas a sermos a cada dia críveis testemunhas dos valores eternos do Evangelho”, pediu o Pontíce ao encerrar suas considerações. (JSG)

(Da Redação Gaudium Press, com informações Vatican News)

 

Deixe seu comentário

Notícias Relacionadas