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Papa divulga documento contra quem pratica ou encobre abusos na Igreja

Cidade do Vaticano (Quinta-feira, 09-05-2019, Gaudium Press) Foi divulgado na manhã desta quinta-feira, 09/05, o motu próprio “Vos estis lux mundi” onde o Papa Francisco estabelece novos procedimentos para as denúncias de moléstias e violências e garante que bispos e superiores religiosos devam prestar contas de seu trabalho.

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O documento distribuído hoje traz disposições que introduzem a obrigatoriedade aos clérigos e religiosos de denunciar os abusos.

O Motu Proprio estabelece que cada diocese deverá ser dotada de um sistema que tenha todas as facilidades para ser acessado pelo público e que assim possam ser encaminhadas fácil e livremente denúncias e indicações de moléstias, violações e abusos.

Vos estis lux mundi

“Vós sois a luz do mundo: Nosso Senhor Jesus Cristo chama cada fiel a ser exemplo luminoso de virtude, integridade e santidade”.

O nome dado ao documento papal que veio a lume nesta manhã foi tirado do Evangelho de Mateus: “Vos estis lux mundi”.

O Papa Francisco pretende que ele seja dedicado à luta contra os abusos sexuais cometidos por clérigos e religiosos, e as ações ou omissões dos bispos e dos superiores religiosos “tendentes a interferir ou contornar” as investigações sobre os abusos.

O Papa recorda que os “crimes de abuso sexual ofendem Nosso Senhor, causam danos físicos, psicológicos e espirituais às vítimas e lesam a comunidade dos fiéis”.

Francisco descreve e acentua a responsabilidade particular que têm aqueles que são os sucessores dos apóstolos em prevenir tais crimes e estabelece ainda novas normas para combater os abusos sexuais e garantir que bispos e superiores religiosos prestem contas de suas ações.

O “Motu Proprio Vos estis lux mundi é uma normativa universal, que se aplica a toda a Igreja Católica.

Pontos da Carta Apostólica

Anova Carta Apostólica em forma de Motu Proprio determina que todas as dioceses católicas devem criar estruturas para receber denúncias de eventuais casos de abusos sexuais, até 2020, falando nas “lições amargas do passado”.

Francisco institui uma “obrigação” de denúncia, aos membros do clero e institutos religiosos, sempre que alguém “saiba ou tenha fundados motivos para supor” que foi praticado algum dos crimes referidos.

“É bom que se adotem, a nível universal, procedimentos tendentes a prevenir e enfrentar estes crimes que atraiçoam a confiança dos fiéis”, assume o pontífice, no Motu Proprio ‘Vos estis lux mundi’.

O Papa aponta ainda à responsabilidade de bispos que sejam acusados de “ações ou omissões” que visem interferir ou contornar as investigações civis, canónicas, administrativas ou criminais nestes casos.

O desejo final de Francisco é de que “este compromisso se implemente de forma plenamente eclesial e, por conseguinte, seja expressão da comunhão que nos mantém unidos, na escuta mútua e aberta às contribuições de todos aqueles que têm a peito este processo de conversão”. (JSG)

 

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