Crisma não é o sacramento do adeus à Igreja
Cidade do Vaticano (Segunda-feira, 08-04-2019, Gaudium Press) Na tarde do último domingo o Papa Francisco realizou sua 19a visita paroquial dentro da Diocese de Roma.
Ele reuniu-se com os fiéis da paróquia de São Júlio, localizada não muito distante do Vaticano, no bairro de Monteverde.
A visita do Papa foi ocasião para um domingo de oração, reflexão e festa para paroquianos da Igreja de São Júlio.
Francisco foi recebido por seu vigário para a Diocese de Roma, cardeal Angelo De Donatis, pelo bispo auxiliar do setor Oeste, dom Paolo Selvadagi, pelo pároco padre Dario Frattini, e pelo padre Rinaldo Guarisco, superior geral dos Cônegos Regulares da Imaculada Conceição, que têm a paróquia sob seus cuidados.
Crisma é sacramento da fortaleza, não do adeus à Igreja
Antes de presidir a Eucaristia, Francisco esteve com vários grupos que pertencem à comunidade paroquial.
A Reunião foi realizada sob uma tenda que faz as vezes de igreja.
Debaixo dela, desde o desmoronamento de parte da paróquia, os fiéis passaram os últimos três anos realizando as atividades e celebrando a missa.
Perguntas a Francisco
Francisco respondeu a algumas perguntas, sendo uma delas sobre as dúvidas acerca da fé.
“Devemos crer numa coisa: na fidelidade de Jesus. Jesus é fiel, o único totalmente fiel. Não devemos ter medo da fidelidade”, disse o Papa.
“Ensine os jovens a duvidar. Em Roma se diz que a Crisma é o sacramento do adeus, isso acontece porque os jovens não sabem como administrar as dúvidas. Mas a Crisma deve ser o sacramento da fortaleza que o Espírito Santo nos dá.”
Intimidade com Jesus
O Papa confidenciou que chegou a duvidar da fé diante das calamidades, de acontecimentos de sua vida, mas afirmou que não se sai sozinho das dúvidas, que é necessário a companhia de uma pessoa que ajude a ir avante, além da intimidade com Jesus.
O Pontífice contou que recebeu uma carta dias atrás de um jovem de 30 anos, que se dizia “despedaçado” depois de uma experiência amorosa falida.
“Nestes casos, aconselhou o Papa, é preciso olhar para Jesus, lamentar-se com Ele. Todos caímos. O único momento em que é lícito olhar uma pessoa de cima para baixo é na hora de ajudar alguém a se levantar.”
Francisco fez, em seguida, uma saudação para as crianças e suas famílias e confessou três jovens e uma senhora representando as mães da comunidade.
Sem pronunciar uma homilia, Francisco, com as obras de reconstrução da Igreja já terminadas ele presidiu o Rito de Dedicação do Altar, antes da Missa.
(JSG)
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