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Relatório dos EUA aponta que Mianmar, China e Irã são os piores países em liberdade religiosa

Washington (Terça, 27-10-2009, Gaudium Press) O relatório sobre liberdade religiosa divulgado na última segunda (26), nos Estados Unidos, pela secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, revelou que países como Mianmar, China e Irã, entre outros, ainda cometem “severas violações” à liberdade religiosa.

O documento, produzido anualmente, analisa as restrições e abusos cometidos por alguns países nesse quesito e propõe melhoras para garantir a diversidade de culto. Além disso, serve como indicador para política externa de cada país .

Durante a exposição do relatório, Hillary ressaltou a necessidade de se fortalecer a tolerância e o respeito entre as distintas comunidadescomo forma de garantir a estabilidade nos países.

Além de Mianmar, China e Irã, países como Sudão, Eritreia, Coreia do Norte, Arábia Saudita e Uzbequistão também estão incluídos no grupo que restringe a diversidade de culto.

O relatório destaca que os maiores abusos acontecem em países com “estritos regimes autoritários”, que buscam controlar as religiões como parte de um controle mais amplo da vida civil. Exemplos desse regime seria Mianmar, onde ser budista continua sendo um requisito para ser promovido em cargos públicos.

No caso da China, a Constituição protege as “atividades religiosas normais” e, sob essa perspectiva, as autoridades têm uma ampla margem para decidir o que é “normal”.

Mas o governo chinês se opõe à lealdade dos fiéis a líderes religiosos externos, como o Papa e o Dalai Lama. Na China, o catolicismo “oficial” – controlado pela governamental Associação Patriótica – não reconhece a autoridade do Papa e de Roma.

Religiosos ordenados pela Santa Sé e fiéis que reconhecem o Sucessor de Pedro no país pertencem à chamada Igreja Católica “clandestina”. O relatório assinala ainda a “severa” repressão aos tibetanos, alegando extremismo religioso e até terrorismo.

Já no Irã, nação regida pela sharia (lei islâmica), a Constituição assegura o respeito a outros grupos desta religião, além de cristãos e judeus, que estão “protegidos” como minorias. Entretanto, na prática, a retórica e as ações do presidente, Mahmoud Ahmadinejad, edificam “uma atmosfera de ameaça” aos grupos não-xiitas, em particular aos muçulmanos sufis, cristãos evangélicos e judeus, que acabam intimidados e perseguidos.

Brasil e América Latina

Com relação a América Latina, o relatório destaca a ampla e respeitada liberdade religiosa que existe na região, com exceção de Cuba e com referências a alguns episódios registrados na Venezuela.

Os Estados Unidos afirmam que, apesar de a Constituição cubana reconhecer a liberdade de religião, o governo do presidente Raúl Castro ainda impõe restrições e o Ministério do Interior do país vigia as instituições religiosas, obrigando-as a se registarem no Ministério da Justiça.

Na Venezuela, os EUA reconhece que o governo “geralmente” respeita a liberdade de culto, embora os grupos religiosos possam ser objeto de “assédio” e “intimidação”. O texto no documento recorda as críticas do presidente venezuelano, Hugo Chávez, aos bispos católicos e ao núncio apostólico no país.

Nos casos positivos, o relatório destaca os avanços em países como o Brasil, citando a inauguração uma linha telefônica para receber denúncias sobre discriminação religiosa.

 

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