O hábito traz esperança ao mundo, diz religiosa
Estados Unidos – Washington (Segunda-feira, 25-03-2019, Gaudium Press) O redator norte-americano, Jim Graves entrevistou vários religiosos de ordens distintas sobre a importância e significado do hábito religioso. Os consagrados dialogaram sobre este sinal de sua entrega a Deus e aos irmãos e destacaram os benefícios que contribui em sua missão.
Uma delas, a Madre Miriam do Cordeiro de Deus, Fundadora das Filhas de Maria, Mãe da Esperança de Israel, comentou seu interesse em retomar o uso de um hábito longo, até o chão, como o que chamou sua atenção quando era uma jovem judia sem conhecimento sobre a Fé Católica. “As pessoas não precisam que os religiosos sejam um deles, da mesma forma que as crianças não precisam que seus pais sejam companheiros ou amigos, mas necessitam que os guiem ao céu”, explicou a National Catholic Register. “Caminho pelas ruas e centros comerciais vestindo-o. As pessoas se aproximam toda hora e me perguntam: ‘Você é uma monja? Pensei que estavam extintas!’. As pessoas me pedem oração. (O hábito) traz esperança ao mundo”.
“Amamos nossos hábitos! E, acreditando ou não, são práticos e propícios para nossa vida contemplativa, inclusive no deserto”, exclamou a Madre Marie Andre, Abadessa do Mosteiro de Nossa Senhora da Soledade em Tonopah, Arizona. “Estamos cobertas da cabeça aos pés (como a maioria das pessoas que vivem em terras áridas e quentes) mas nossos hábitos são cômodos de usar, e quando trabalhamos ou fazemos trabalho manual, usamos um hábito de trabalho”. A religiosa destacou a funcionalidade do hábito, expressão da caritativa Providência de Deus. “Uma coisa que me atraiu ao Senhor quando me chamou foi saber que Ele é um cônjuge realista e não me pedirá nada que não possa dar-lhe ou fazer por Ele”.
O Padre Glenn Sudano, membro fundador dos Frades Franciscanos da Renovação, comentou por sua parte que seu hábito recorda sua identidade de capuchinhos e os votos de pobreza, castidade e obediência, representados em três nós no cíngulo que ata sua túnica cinza. “Nosso hábito é nossa roupa ordinária. Se me veem no metrô, embarcando em um avião ou em casa, é o que visto”, explicou. “O hábito é um sinal de nossa consagração a Cristo, e nos recorda a cada um de nós diariamente esta consagração (…). A reação do público ao hábito é positiva, ainda que alguns jovens não saibam quem somos. (…) Viajamos com frequência, e as pessoas nos respeitam. Levamos o hábito com um sorriso”.
“Vestimos um traje simples: uma túnica cinza com um cíngulo, um véu negro e sandálias”, comentou a Irmã Clare Matthias, Servidora da Comunidade (cargo equivalente à Superiora Geral) das Irmãs Franciscanas da Renovação. “É um símbolo facilmente identificável de nossa profissão religiosas. Também diz às pessoas que estamos lá para ajudá-las: Não posso caminhar pela rua sem que me parem porque as pessoas querem falar comigo”. A religiosa comentou que todos podem apreciar publicamente sua identidade, pertença e serviço. “A reação que recebemos é majoritariamente positiva e começa uma conversa imediata. As pessoas rapidamente compartilham conosco sobre suas vidas e pedem orações”.
A Madre María Agustín, Priora das Canonesas Norbertinas de Tehachapi explicou como o hábito contribui para simbolizar o avanço da entrega das religiosas durante sua formação. “A postulante usa um véu negro curto, uma saia negra longa e plissada até que se converte em uma noviça, e depois se veste com o hábito branco e recebe seu nome religioso”, relatou. “Depois do período de noviciado canônico (dois anos para nossa comunidade), a noviça tem a oportunidade de solicitar a primeira profissão de votos, momento em que recebe o véu negro tradicional e se converte em uma cônega ‘em treinamento’. A etapa seguinte em nossa vida religiosa é a solene profissão de votos (final e perpétua), momento no qual a Irmã se converte em uma cônega, recebe um anel para usar em sua mão direita, o que significa seu “matrimônio” com Cristo, seu Esposo, e sua dedicação total através dos votos da pobreza, castidade e obediência; e também recebe o tradicional rochet próprio dos cônegos e cônegas (similar a um sobrepeliz), que levam na Santa Missa e nas Vésperas. (EPC)
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