A arte sacra oferece respostas a um mundo necessitado de verdade
Estados Unidos – Washington (Quinta-feira, 21-03-2019, Gaudium Press) Matthew Hanley membro do ‘National Catholic Bioethics Center’ e colaborador da plataforma católica ‘The Catholic Thing’ relatou uma experiência que teve, ao visitar, durante uma escala de voos, a Galeria Nacional de Londres. A admiração ante uma obra mestra de arte sacra lhe recordou que a Fé foi transmitida durante séculos através da beleza e que esta aproximação pode dar respostas a um mundo necessitado de verdade.
O quadro que chamou a atenção do redator foi ‘Cristo diante do sumo sacerdote’ de Honthorst. No centro desta obra “há uma vela que ilumina o drama de Deus diante do interrogatório de uma de suas criaturas. Seria difícil para um pregador transmitir que Deus veio redimir a humanidade, em toda sua insolência, com mais imediatez”. A visão deste quadro lhe recordou a tese da especialista Elizabeth Lev, que propôs que a arte sacra foi uma das eficazes ferramentas da Igreja para combater a reforma protestante e uma alternativa útil para evangelizar o mundo de hoje.
“Nossa época está assediada não tanto pelas diferenças dentro do cristianismo, que se consideram irrelevantes para as comodidades e as máximas da vida moderna, mas por uma renúncia total ao cristianismo”, lamentou Hanley. “Não obstante, é certo que a beleza ainda pode persuadir em um instante, e nós absorvemos as coisas visualmente (…). Embora nosso ambiente cultural seja uma tarefa difícil, Lev tem razão ao dizer que a arte ainda tem a capacidade de elevar, esclarecer e evangelizar”.
A arte emprega técnicas sutis que podem superar graves obstáculos. Por exemplo o quadro de ‘Cristo e o bom ladrão’ de Tiziano oferece um ensinamento sobre o Sacramento da Penitência em um detalhe aparentemente tão simples como o gesto de Cristo na Cruz: a cabeça do Messias se inclina até o bom ladrão de forma similar ao como o faz o sacerdote no confessionário. Mas o ensinamento não fica aí: “somente um dos braços de Cristo é visível porque está estendido diretamente até o espectador, um convite para aceitar sua assombrosa oferenda redentora”.
Outras realidades que requerem tratados teológicos para se explicar, como a existência do Purgatório, tem encontrado formas de comunicação direta através de numerosas pinturas e esculturas. De forma similar, o dogma da Imaculada Conceição foi defendido abundantemente a partir das filas dos artistas muito antes de seu reconhecimento. Um dos principais expoentes desta devota defesa foi Bartolomé Esteban Murillo, que combinou a imagem glorificada da Assunção da Santíssima Virgem com a figura da Mulher do Apocalipse em um movimento ascendente e atitude triunfal. Por estes motivos, Hanley recomendou a leitura da obra de Lev e seguir seu conselho de estender este apostolado com a ação mais simples e eficaz ao alcance de todos: instalar uma reprodução de uma obra de arte sacra em seu lar. (EPC)
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