Bispo tenta negociar com sequestradores de missionário irlandês nas Filipinas
São Paulo (Sexta, 23-10-2009, Gaudium Press) Padre Michael Sinnott, irlandês da Sociedade Missionária de São Columbano, sequestrado no dia 11 de outubro em Pagadian, precisa urgentemente de medicamentos, devido a seu precário estado de saúde. A informação é do bispo de Pagadian, nas Filipinas, dom Emmanuele Cabajar, que pediu “orações por sua salvação” e suplicou aos sequestradores “que o libertem e o tratem com compaixão”.
O missionário, de 79 anos, foi operado recentemente do coração. Ele foi sequestrado no domingo à noite quando deixava sua casa. Sete homens armados o colocaram em um veículo, que depois foi encontrado queimado e abandonado em uma praia.
Dom Cabajar publicou um manifesto intitulado “Padre Michael Sinnot, um homem de paz”, no qual expressa sua tristeza pelo sequestro. “Nossa prioridade hoje é fazer-lhe chegar os medicamentos de que precisa para salvar sua vida. Estamos tentando por todos os modos estabelecer um canal de comunicação com os sequestradores”.
“Esperamos que o padre seja libertado em breve, tendo em vista o seu estado físico que pode não resistir ao longo e extenuante mal-estar nas mãos dos sequestradores, que com frequência obrigam as vítimas a marchas forçadas”, acrescentou o vigário geral da diocese, mons. Gilbert Hingone.
O padre Michael Sinnott coordenava um projeto de reabilitação para crianças com problemas especiais nas Filipinas. Ao início do sequestro, os líderes militares da região comunicaram que o missionário havia sido avistado na zona de Lanao do Sul.
Sobre os sequestradores, o padre Gilbert explicou que “as suspeitas se dirigem a gangues dedicadas ao comércio dos sequestros por extorsão; querem dinheiro para financiar sua luta”.”Mas a política da Igreja no Sul das Filipinas é não ceder a pedidos de resgate”, acrescentou.
Padre Sinnot trabalha na região há 30 anos e é muito conhecido e querido pela população local.
Segundo informações das autoridades locais, desde 1993 pelo menos 15 sacerdotes e pastores protestantes – 8 estrangeiros e 7 de nacionalidade filipina – foram sequestrados em Mindanao.
Padre Giancarlo Bossi
Em outro caso emblemático de sequestro nas Filipinas, o padre Giancarlo Bossi seguia para a igreja onde celebraria a Missa dominical quando foi raptado por vários homens perto da aldeia de Bulawan, na província de Zamboanga Sibugay, no dia 10 de junho de 2007. Os assaltantes obrigaram-no a subir para um barco e fugiram.
Na época, o Papa Bento XVI referiu-se aos frequentes “pedidos para ajudar as pessoas, entre elas padres católicos, que são sequestradas por diferentes razões em várias partes do mundo”. “Eu levo todos em meu coração, incluo todos em minhas orações, e penso em muitos casos da Colômbia”, disse.
Na ocasião, o padre Bossi era o terceiro missionário a ser raptado na zona de Mindanao em 10 anos. Nas situações anteriores, os padres católicos acabaram por ser libertados ao fim de alguns meses de cativeiro
Ele foi libertado após 40 dias de cativeiro. Segundo o chefe da polícia de Mindanao, não foi pago qualquer resgate pela sua libertação.
Padre Bossi, que perdeu cerca de cinco quilos durante o sequestro, declarou ter sido bem tratado pelos sequestradores e que nunca temeu por sua vida. Ele anunciou na época que desejava voltar a exercer o sacerdócio em Payao, a paróquia da ilha de Mindanao onde foi sequestrado.
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