Secretário da Conferência Episcopal Espanhola parabeniza católicos por marcha contra o aborto
Madri (Sexta, 23-10-2009, Gaudium Press) O Secretário da Conferência Episcopal Espanhola, dom Juan Antonio Martínez Caminho, destacou que a massiva mobilização de espanhóis na manifestação pró-vida do sábado passado foi uma “expressão vigorosa” do “clamor popular em defesa da vida”.
Segundo dom Martínez “a marcha mostrou que a sociedade espanhola está viva em sua percepção ética dos princípios básicos da convivência social”. Do mesmo modo, explicou que um projeto de lei de aborto que “consagre como pretendido, suposto, incompreensível direito – portanto direito inexistente – o direito a eliminar a vida de um ser humano, é um perigo para o sistema legal e para a convivência apoiada nos princípios realmente de direito, não em princípios de força”.
O secretário da CEE recordou que “a verdadeira igualdade entre seres humanos exige que todos sejamos iguais no direito fundamental a viver” e completou afirmando que “a dignidade intocável do ser humano inclui como um de seus elementos fundamentais a intangibilidade da vida, e isto vale para todos os seres humanos”.
Ele ainda manifestou sua esperança de que “na discussão parlamentar e na votação definitiva o projeto de lei não seja aprovado”, pois “suporia um retrocesso grave no amparo da vida dos que vão nascer, além de um retrocesso no amparo da maternidade, visto que não se arbitram medidas para facilitar às mulheres com dificuldades a possibilidade de levar adiante sua maternidade”.
Em junho deste ano a Conferência Episcopal Espanhola publicou uma declaração de repúdio à lei do aborto naquele país. Em um dos tópicos do documento os bispos afirmam que “a decisão de abortar é optar por eliminar a vida de um filho já concebido e isso ultrapassa em muito, as possíveis decisões sobre o próprio corpo, sobre a saúde da mãe e sobre a eleição da maternidade. É a decisão sobre um filho indefeso, totalmente dependente de quem o leva em seu ventre. É – segundo o Concílio Vaticano II – um crime abominável, um ato intrinsecamente mal que viola gravemente a dignidade de um ser humano inocente, quitando-lhe a vida”.
O documento afirma ainda que as mulheres que se submetem ao aborto estão passivas de uma série de problemas físicos e psicológicos, e que na maioria dos casos não são informadas pelos médicos sobre os danos futuros que esta prática pode provocar. “As dolorosas sequelas do aborto se intensificam nas pessoas que ainda não alcançaram a maturidade pessoal. Facilitar as adolescentes a decisão de abortar deixando de lado seus pais desta decisão é proporcionar a sua solidão e a falta de defesa frente a um nocivo problema para sua saúde espiritual e seu desenvolvimento humano. Este projeto não manifesta o interesse real pelo bem das mulheres que estão dispostas a abortar e em particular as mais jovens. Se limita apenas a tratar de desperta-lhes o caminho que leva a um abismo moral logo após o aborto”.
O anteprojeto prevê ainda que as escolas deveriam promover uma estratégia de formação em saúde sexual e reprodutiva, principalmente nos programas de estudos relacionados com as ciências da saúde. Sobre este aspecto, a declaração da Conferência Episcopal Espanhola afirma que “este anteprojeto não pode ajudar na formação dos jovens neste campo tão decisivo para a sua felicidade porque se move no marco de uma ideologia contraditória com a verdade do ser humano e com a dignidade da pessoa, como é chamada a ideologia de gênero”.
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