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88 anos da Rádio Vaticana, a Rádio do Papa

Cidade do Vaticano (Quarta-feira, 13-02-2019, Gaudium Press) Para o Dia Mundial da Rádio, comemorado em 13 de fevereiro, o Vatican News recordou momentos marcantes que escreveram a história da Rádio Vaticano, a emissora do Papa.

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É um percurso histórico realizado pela emissora pontifícia desde o primeiro programa científico até o advento da internet com as postagens da era social.

A história da Rádio do Papa, passa por oito Papas até a informação multimídia de hoje produzida pelo Vatican News, Vatican Media e Rádio Vaticano Itália.

A Longa História

Quando a Rádio Vaticano completou 50 anos, no início dos anos 80, Fernando Bea, que tinha muito prestígio dentro da Rádio do Papa, escreveu um livro sobre o meio século de vida da emissora.

Nele, Bea afirma “o dinamismo excepcional e o zelo apostólico de João Paulo II de agora em diante vão se tornar, dia a dia, hora a hora, o ritmo da sua Rádio, que vai seguir cada passo”. Dito e feito, com seu dinamismo, influenciou a emissora vaticana.

Bea narra informações e episódios dos primeiros anos da emissora vaticana, obrigada desde o início a mostrar sua capacidade de “influencer”, em vez de se limitar a fornecer à Santa Sé um eficiente e tranquilo serviço de radiotelegrafia, criado por Marconi para Pio XI.

Rádio e o “nazi fascismo”

Na época em que fascismo e nazismo eram um perigo eminente para o mundo, sua propaganda cientificamente elaborada era transmitida de modo moderno e sem escrúpulos pelas ondas do rádio.

A Rádio Vaticano transformou-se em um contraponto para as informações tendenciosas carregadas de falsidade e proselitismo.

Quando tudo conduzia para o precipício do conflito que acabou vindo, a emissora do Papa transmitiu a célebre afirmação do de Pio XII: “nada se perde com a paz, mas tudo pode ser perdido com a guerra”.

O Santo Padre não foi ouvido, foi ignorado, porém, a Rádio Vaticano se transformou num baluarte de racionalidade contra a loucura destrutiva que poluía e envenenava as ondas sonoras onde navegavam as emissoras de época.

Guerra, Pós-Guerra, Concílio, 30 idiomas e um microfone amigo

Bea recorda uma reportagem produzida pela Statio Radiophonica Vaticana durante os anos da II Guerra Mundial: entre os anos 40 e 46, mais de um milhão e 200 mil mensagens foram transmitidas do Guichê de Informações e ajudaram tantas mulheres a ter notícias de seus maridos, irmãos, filhos e namorados desaparecidos ou transformados em prisioneiros de guerra.

Com o final da guerra houve um salto exponencial na Rádio Vaticano: em 1947 foi inaugurado Centro de Transmissão de Santa Maria de Galeria que veio a suportar, em nível tecnológico, o esforço editorial realizado nos anos do Concílio.

O Vaticano II foi um desafio jornalístico extraordinário e sem precedentes para a emissora que “aprendeu” a falar em 30 idiomas para conseguir contar, com sucesso todas as fases conciliares com a produção de 3 mil horas de transmissão e 300 mil Km de fitas de gravação.

Rádio opinativa

Foi Paulo VI quem quis que a “sua” Rádio passasse a oferecer chaves de leituras cristãs dos fatos do mundo. Ele quis jornalistas que agitassem as consciências e não somente técnicos que fizessem funcionar uma máquina que sempre se moderniza.

Isso é um fato que tornou-se notório no dia 30 de junho de 1966 quando, em meio ao maquinário do Centro de Transmissão, Paulo VI explica porque querer melhorar a Rádio Vaticano quando diz: “para nada serve ter um magnífico instrumento, se depois não sabemos utilizá-lo magnificamente”.

Foi então que, a partir de 1970, as salas do Palácio Pio começam a dar espaço para a redações e estúdios.
Os ritmos bem compassados da emissora mudaram com as coberturas das primeiras viagens ao exterior do Papa Montini.

Uma rádio opinião surgiu mais concretamente com o primeiro Papa polonês da Igreja.

Velho e Novo

No dia de sua eleição João Paulo II quebra o protocolo e fala à multidão. Era o gesto que pressagiava o ímpeto com que a Rádio Vaticano deveria quebrar os esquemas e hábitos consolidados.

Foi no Jubileu de 2000 quando o Ano Santo, com suas 6 mil horas de transmissão, se transforma num divisor de águas entre a Rádio pré-Internet e aquela que a sucederia e que teve que mudar várias vezes para se adaptar aos condicionamentos impostos pela tecnologia e pelas mutações da web e das redes sociais à informação, ou seja, aquele “areópago da comunicação moderna”, como define Bento XVI durante sua visita à Rádio em 3 de março de 2006.

Nesse aerópago, Papa Francisco indicou com um Motu proprio uma nova direção, aquela da reorganização da mídia vaticana através de um único dicastério.

Um desafio ainda aberto, que fala as mil línguas da interatividade e que requer a máxima credibilidade, própria de um veículo institucional e durante o breve segmento do “tempo real”.

Tudo isso começou há 88 anos com os transmissores de Marconi que, parecendo obsoletos, expandem uma voz que teve seu início ainda quando as válvulas eram o que de mais moderno havia no campo das comunicações. (JSG)

 

(Da Redação Gaudium Press, com informações Vatican News)

 

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