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Hino Pontifício comemora 60 anos

São Paulo (Quarta, 21-10-2009, Gaudium Press) Na semana passada, o hino oficial das viagens papais e dos grandes eventos litúrgicos do Estado da Cidade do Vaticano completou 60 anos. Foi em 16 de outubro de 1949, durante o pontificado de Pio XII, que a “Marcha Pontifical”, de Charles Gounod, tornou-se o hino pontifício substituindo a “Marcha Triunfal” de Viktorin Hallmayer composta em 1857.

Na véspera do Ano Santo, em 1949, o organista oficial da Basílica de São Pedro, Antonio Allegra, fez uma alteração na letra da música e acrescentou um texto em italiano. Mais tarde, monsenhor Raffaello Lavagna, que hoje está com 90 anos, redigiu o texto em latim e enalteceu Roma. Com esta mudança, o hino se tornou universal.

A primeira execução pública do hino com as palavras de mons. Lavagna aconteceu no dia 16 de outubro de 1993, data em que se comemorou os 15 anos de pontificado do Papa João Paulo II e dos 100 anos da morte de Gounod.

O Hino Pontifício, mesmo sendo executado por ocasião das visitas pastorais do Papa no exterior e nas celebrações de Natal e de Páscoa no átrio da Basílica Vaticana junto com o hino italiano, não é considerado um hino nacional.

História do Hino Pontifício

O Estado da Cidade do Vaticano, como uma entidade soberana de direito público, universalmente reconhecido como o seu pavilhão, também tem seu hino oficial, composto pelo músico pontifício francês e católico fervoroso Charles Gounod. O hino de Gounod foi adotado em 16 de outubro de 1949.

O Vaticano, no entanto, já havia tido outro hino. Composto em 1857 pelo mestre austríaco Vittorino Hallmayr, diretor da Banda do 47º Regimento de Infantaria da guarnição austríaca nos Estados Pontifícios, estabelecidos em Roma, foi executado pela primeira vez no dia 9 de junho de 1857, às 19h00, durante a entrada do Papa Pio IX na Porta Maggiore, em Bolonha.

A marcha triunfal dell’Hallmayr assumiu imediatamente o nome de Hino Pontifício, já que não existia um hino oficial para os Estados Pontifícios. As notas do hino foram repetidas no mesmo dia, na Piazza San Petronio, em frente ao Palácio Legatizio, onde um palco foi erguido para o Santo Padre. As crônicas relatam que a música, executada pelos regimentos IX e XX austríacos, juntamente com a Banda Regimental do Papa, tiveram um sucesso imediato. Foi adotado como um acompanhamento para todas as viagens do Papa.

Já o atual Hino Pontifício havia sido composto por Gounod por ocasião do aniversário da coroação do Papa Pio IX, em 1869. A Marcha Pontifícia foi tocada pela primeira vez na tarde de 11 de abril daquele mesmo ano, no jubileu sacerdotal do Santo Padre na Praça de São Pedro, onde esteve reunida uma grande multidão.

O Hino Pontifício de Gounod foi adotado na véspera da abertura do Ano Santo de 1950, no pontificado de Pio XII, e é muito diferente daquele composto por Hallmayer no estilo da época, com seu ritmo alegre e animado como uma valsa.

O Papa Pio XII queria substituir o hino oficial usado desde então, e considerou a Marcha Pontifícia de Gounod, por seu tom religioso, mais adequada para os novos tempos.

A música foi apresentada oficialmente em uma cerimônia no sábado, 24 de dezembro de 1949, às vésperas do Natal e da abertura do Ano Santo de 1950, pela primeira vez como o hino oficial do novo Papa, junto com o antigo hino, como em uma cerimônia de “transição”. A banda da Guarda de Honra do Palatino viria a ser dissolvida, como foi observado, pelo Papa Paulo VI, em conjunto com todas as outras forças armadas, no Vaticano, não incluindo a Guarda Suíça.

As características de composição musical e que o tornam tão notoriamente sugestivo foram descritas pelo maestro Antonino De Luca, diretor do Palatina Banda, em fevereiro de 1950, com as seguintes palavras:

“A Marcha Pontifícia de Gounod revela vigorosa a personalidade do autor de Fausto, é uma composição de flexibilização majestosa. A primeira parte, começa com uma trombeta que une toda a orquestra e enfatiza a atmosfera de grandeza serena. A segunda parte, porém, é incompatível com a primeira: ela domina o centro de um profundo sentimento religioso novo, que surge de um sentimento de superioridade da mente. A terceira parte começa com um fortíssimo sinal, quase um descolamento imperioso de todos os cuidados mundanos”.

 

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