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Cardeais em campanha? O Papa está ciente…

Em uma reunião recente, o Cardeal Parolin fala sobre o pós-Francisco.

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Redação (08/05/2024 16:48, Gaudium Press) As boas maneiras são sempre importantes em todas as circunstâncias, o que certamente implica não antecipar os acontecimentos. No entanto, se até o cardeal Parolin, na expressão de La Croix, começa a falar sobre o “pós-Francisco…”, indica a importância do assunto.

No dia 25 de abril, aconteceu no grande e histórico Palazzo del Collegio Riomano, hoje sede do Ministério da Cultura na Itália, o lançamento do livro  As Cinco Questões que Abalam a Igreja, do jornalista da RAI, Ignazio Ingrao.

No evento estava presente, segundo Loup Besmond de Senneville, “tout le petit monde du Vatican”, o mundo seleto do Vaticano, do decano e afiado cardeal Re, ao promotor da justiça Alessandro Diddi, ao bispo Fisichella, com o título de organizador do Grande Jubileu do próximo ano, embaixadores, membros proeminentes dos dicastérios e das comunidades religiosas.

Contudo, todos os olhares se voltaram para o Cardeal Secretário de Estado Parolin, desejando encontrar pistas para o futuro nas expressões e gestos de Parolin, em linha com o tema do livro escrito por Ingrao.

Durante sua apresentação, o cardeal procurou responder à pergunta que muitos faziam, fazem e continuarão a fazer sobre “o que acontecerá com as reformas empreendidas pelo Papa Francisco?” – um tema abordado em um dos capítulos do livro do jornalista da RAI.

Quando a apresentação do cardeal teve lugar no final de abril, a mídia apressou-se em noticiar a mensagem de que “as reformas vão continuar”, possivelmente em resposta à forte repercussão causada por intervenções, como a Fiducia Supplicans. Mas, como se trata de um diplomata de alto escalão, as palavras do cardeal refletiam cautela e moderação, típicas da linguagem utilizada em tempos de borrascas e tempestades internas.

A Igreja está “constantemente em processo de reforma” e depende do “Espírito Santo”, afirmou o cardeal no início.

“O discernimento, que não é uma mera intuição, mas fruto da oração contínua no Espírito, indicará, com o tempo, a quem sabe ser paciente”, explicou. É verdade que “não pode haver volta atrás”. Mas a primeira coisa é o “Espírito”, que é o dono do Barco e a quem devemos ouvir. Veja o que o Espírito Divino quer, que constantemente nos surpreende.

Segundo o correspondente de La Croix em Roma, a participação impressionante no lançamento de Cinque Domande che agitano la Chiesa se deve em parte ao fato de o nome do Cardeal Parolin ocupar posição de destaque em muitas listas de papáveis que circulam em Roma.

Besmond de Senneville descreve que: “o diplomata de carreira é visto por muitos como um homem calmo, capaz de aliviar a pressão na Igreja após um pontificado marcado por reformas”. Então, reformas, sim, mas com calma, e no ‘Espírito’.

O artigo também menciona alguns comentários que circulam por aí: “Parolin está fazendo um pouco de campanha e o papa sabe disso”, comenta um cardeal sorridente e próximo a Francisco. Às vezes, ele deixa escapar pequenos comentários em público, para que ele o saiba”, diz o cardeal.

Porém, isso é acompanhado por maneiras respeitosas, principalmente em relação a um Papa que enfatiza sua disposição em assumir seu papel até a morte, planejando inúmeras e extenuantes viagens para os próximos dias, garantindo atividade. Mas a natureza é o que é e, pelo menos na mídia, as “campanhas” parecem ter começado.

Aguardemos atentos ao que o ‘Espírito’ revelará.

Por Carlos Castro

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