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Jesus não vem morrer de novo na Cruz: Agora é a nossa vez!

Redação – (Segunda-feira, 14-04-2014, Gaudium Press) – Transcrevemos artigo de Dom Alberto Taveira, Arcebispo Metropolitano de Belém do Pará, no Brasil, onde ele, tratando do Domingo de Ramos, comenta a Semana Santa, e afirma que Nosso Senhor Jesus Cristo, o único Salvador e Senhor, “não percorre de novo os passos da Via Dolorosa, ou vem a morrer de novo na Cruz, para depois ressuscitar. Agora é a nossa vez”! Convidando em seguida “a visitarmos os lugares santos, para recolher os ensinamentos deixados e, mais do que tudo, recebermos a graça de Deus que nos é dada em tempo oportuno”:

– “Jesus Cristo morreu, Jesus Cristo ressuscitou, Jesus Cristo é o Senhor, Jesus Cristo há de voltar!” Poucas palavras, com as quais se resume o essencial da fé cristã. Impressiona o fato de que os seguidores de Jesus, nos Atos dos Apóstolos, tenham tido tamanha força transformadora, capaz de compungir os corações mais endurecidos. De lá para cá, é a mesma verdade, a certeza que decide a vida das pessoas, anunciada em todos os recantos da terra, até alcançar os confins do mundo que o Senhor nos deu. É que os pregadores do Evangelho não falam sozinhos e nem são portadores de mensagens próprias. Apenas se colocam à disposição de Deus, que envia a força do Espírito Santo, dando-lhes palavras adequadas e a força para o testemunho corajoso de Jesus Cristo.

Como somos humanos e vivemos a fé no correr do tempo a pedagogia da Igreja nos faz percorrer, num aprofundamento contínuo do mistério cristão, as diversas etapas da história da salvação. Com a Semana Santa, que está para começar, Jesus Cristo, o único Salvador e Senhor, não percorre de novo os passos da Via Dolorosa, ou vem a morrer de novo na Cruz, para depois ressuscitar. Agora é a nossa vez! E começa a Semana Santa com o convite a visitarmos os lugares santos, para recolher os ensinamentos deixados e, mais do que tudo, recebermos a graça de Deus que nos é dada em tempo oportuno.

Pelas ruas começa nosso giro pelos lugares da fé na manhã do Domingo de Ramos. Começando pelas crianças até chegar aos mais velhos, as ruas da Jerusalém de ontem e de hoje devem ficar fervilhando de gente, aclamações e orações, com os ramos da fé erguidos em louvor ao Senhor. Peço que a juventude nos tome pelas mãos, na Jornada Mundial, desta feita celebrada em cada Igreja Local, no mundo inteiro. O Papa Francisco escolheu como tema da Jornada uma bem-aventurança: “Felizes os pobres em espírito, porque deles é o Reino do Céu” (Mt 5, 3). Nesta estação do Domingo de Ramos, três lições: ser livres em relação às coisas, despojando-nos do que é supérfluo, pondo Jesus em primeiro lugar em nossas escolhas, com a coragem para viver a sobriedade; depois, cuidar dos mais pobres e sofredores. Diante das mais variadas formas de pobreza, o desemprego, a emigração, dependências dos mais variados tipos, permanecer vigilantes e conscientes, vencendo a tentação da indiferença. Ainda uma lição: os mais pobres são mestres para nós. Ensinam-nos que uma pessoa não vale por aquilo que possui. Mesmo sem bens materiais, conserva sempre a sua dignidade.

Entremos numa casa! Com nossas boas vindas a este novo “turismo religioso”, peço a alguns amigos de Jesus, Marta, Maria e Lázaro, assim como os apóstolos do Senhor, que nos acompanhem de segunda até quarta-feira. São dias de mais oração e intimidade com Jesus. Sugerimos um tempo de silêncio e adoração, diante de Jesus Eucaristia, aquele que gostava de ir à casa de Betânia. O lugar santo para esta etapa da peregrinação da Semana Santa pode ser a sua própria casa, ou quem sabe, um pouco mais de silêncio e revisão de vida.

Visitar a Igreja! Na quinta-feira pela manhã, a Igreja quer conduzir-nos ao coração de seu mistério de unidade. Visite, se possível, a Catedral de sua Diocese, para participar da Missa da Unidade. Lá você acompanhará a Bênção dos Óleos dos Catecúmenos e dos Enfermos e a Consagração do Óleo do Crisma. Os padres renovarão, diante de você e de todo o povo, como testemunhas qualificadas, seus compromissos de serviço. O lugar Santo é a Igreja que se realiza em torno do Bispo, unida ao mundo inteiro! É bom sentir que somos Igreja viva, povo sacerdotal, que bendiz ao seu Senhor.

Por Dom Alberto Taveira,

Arcebispo Metropolitano de Belém do Pará

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