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E NOSSO PENTECOSTES?

Redação (Quinta-feira, 16-05-2013, Gaudium Press) – Uma vez que o decorrer da historia chegou ao seu auge recebendo o seu próprio Criador “nascido de uma mulher e sujeito à lei” (Gal 4,4) não se limitou este a dar-nos o exemplo de humildade, rebaixando-se à condição de homem, mas quis elevar os Homens à natureza divina pela operação da graça, coisa impossível e incogitável para os Homens, mas possível para Deus. Desta maneira ele estabeleceu o Seu reino, que nada mais é que o reino da graça.

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Assim sendo, durante sua passagem por esta terra Nosso Senhor Jesus Cristo deixou sua Igreja fundada sobre rocha sendo Ele mesmo sua própria Cabeça, uma vez que fez da Igreja seu Corpo Místico. Desta maneira, para a vitalidade daqueles que são seus membros, Cristo deixou os sacramentos, os quais nos dispensam as graças necessárias para alcançarmos o céu e para vivermos na plenitude a vida Cristã.

Desta forma Deus visa conduzir todos os cristãos não somente a uma vida simplesmente boa ou cômoda, mas sim à perfeição, pois foi Ele mesmo que no evangelho nos deixou este mandato: “Portanto, sede perfeitos, assim como vosso Pai celeste é perfeito”. (Mt 5, 48). Desta maneira o Divino Mestre nos manifesta seu desejo de que alcancemos a plenitude da perfeição através do conhecimento e da vida do Pai.

Por causa disto, depois de termos recebido o batismo, é necessário que de alguma forma recebamos a plenitude do Espírito Santo que nos torna perfeitos Cristãos, Soldados do mesmo Cristo.

Com este fim foi que Cristo instituiu o sacramento do Crisma, ou Confirmação. O próprio significado da palavra nos deixa Tudo claro, pois confirmar significa firmar ou consolidar e foi isto que Nosso Senhor quis fazer com sua Igreja enviando o Espírito Santo em Pentecostes e não só em Pentecostes, mas em nosso pentecostes também.

Novo pentecostes

É justamente com o sacramento do Crisma que nós alcançamos o desabrochar e a plenitude dos dons do Espírito Santo, que hoje celebramos. O qual faz de cada um de nós soldados de Cristo, como anteriormente mencionamos.

Mas, para compreendermos melhor este magnífico sacramento, consideremos os fatos hoje lembrados: os tempos depois da Ascensão do Salvador, quando entraram no cenáculo Pedro e seus companheiros para meditar nas últimas palavras de Jesus quando, “de repente, veio do céu um ruído, como se soprasse um vento impetuoso, e encheu toda a casa onde estavam sentados. Apareceu-lhes então uma espécie de línguas de fogo que se repartiram e pousaram sobre cada um deles”. (At 2, 2-4).

Desta maneira os apóstolos foram transformados, e aqueles homens que antes se mostravam medrosos e incapazes de compreender o Messias – como muitos outros judeus, que esperavam a restauração do reino de Israel de uma forma meramente humana preocupando-se unicamente em ocupar os primeiros lugares deste reino utópico-, passaram a ter disposições de alma heroicas chegando à deliberação de dar suas próprias vidas, se necessário fosse, pelo Reino de Deus.

Um bom exemplo desta transformação foi o Apostolo Pedro, primeiro Papa, que num primeiro momento, diante do mistério da Cruz permanece desorientado ao ponto de merecer do Mestre a repreensão: “Afasta-te de mim, Satanás, porque teus sentimentos não são os de Deus, mas os dos homens” (Mc 8, 33). Antes da Crucifixão São Pedro negou por três vezes o Senhor. E ainda depois da própria ressurreição São Pedro, junto aos os outros, se tranca numa casa por temor dos judeus.

Entretanto, logo depois de Pentecostes eis que o príncipe da Igreja reaparece transfigurado, pregando sem temor o nome do Crucificado, convertendo multidões, ressuscitando mortos, curando doenças com simples passar de sua sombra e disposto a suportar açoites, prisão e até mesmo, ao chegar a sua hora, aceitar a morte de cruz de cabeça para baixo, e tudo isso para pregar o nome de Jesus a todas as nações.

Como explicar tamanha transformação, não só de Pedro, mas de todos os discípulos, como esses corações cegos foram transformados e cumulados de dons e luzes divinas a ponto de serem os fundamentos de uma instituição á vinte vezes secular? A resposta a encontramos retomando os Atos dos Apóstolos: “Apareceulhes então uma espécie de línguas de fogo que se repartiram e pousaram sobre cada um deles. Ficaram todos cheios do Espírito Santo e começaram a falar em línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem”. (At 2, 3-4)

Sim, foi o Espírito Santo mandado pelo Pai e prometido pelo Filho: “E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Paráclito, para que fique eternamente convosco”. (Jo 14, 16), desta forma está confirmada a presença do Espírito Santo na Igreja até o fim dos tempos.

Os apóstolos foram os primeiros beneficiados, não, porém os únicos pois “Também nos nossos dias, através do seu ensinamento, o Espírito do Senhor ressuscitado continua a fazer ressoar a sua voz e a iluminar o caminho que leva àquela Verdade, a única que nos pode tornar livres e dar sentido pleno à nossa vida”.

Portanto pessamos ao Divino Espírito Santo Forças para sermos verdadeiros discípulos de Cristo e Apóstolos do Evangelho.

José Antônio Dominguez – Gaudium Press

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1 – Cf João Clá Dias. O Dom de sabedoria na mente, vida e obra de Plinio Corrêa de Oliveira. São Paulo: se. 2012.

2 – PAPA BENTO XVI: REGINA CÆLI, 27 de Maio de 2012

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