Gaudium news > A Vida Consagrada: um caminho para a santidade

A Vida Consagrada: um caminho para a santidade

Redação – (Sexta-feira, 16-05-2014, Gaudium Press) – Já ouvimos esta afirmação em diversas ocasiões. Fica-nos, porém, a pergunta: Como é este caminho na vida diária de uma pessoa consagrada? Vejamos a resposta neste artigo que hoje transcrevemos:

arautos.jpg

O círculo e o losango são as mais perfeitas figuras geométricas segundo o conceito de São Tomás de Aquino, pois representam o movimento do efeito que retorna à sua causa. Assim, a forma mais excelente de glorificação a Deus é o homem, criado à sua imagem e semelhança, entregar-se por completo a Ele, o fim último e causa de sua existência. Esta disposição de espírito é efetuada com maior dimensão de frutos pela profissão de votos próprios aos religiosos. Estes, chamados a trilharem mais eficazmente o caminho de Nosso Senhor Jesus Cristo na prática assídua da castidade, pobreza e obediência, servem de esteios para a Santa Igreja e baluartes que anunciam a vida eterna. (cân. 573) Para melhor compreensão, exporemos brevemente alguns pontos constitutivos dos estatutos da Sociedade de Vida Apostólica Regina Virginum.

As atividades diárias iniciam com o cântico do Credo, seguido da exposição do Santíssimo Sacramento e da Liturgia das Horas recitada em conjunto, após a qual há um período de recolhimento onde pode-se cumprir os demais atos de piedade a saber: a comunhão sacramental, meia hora de adoração ao Santíssimo, o Rosário completo, leituras espirituais, a renovação da Consagração a Nossa Senhora, entre outros. (cân. 663) Tendo ordenado a vida interior, que prima sobre as coisas palpáveis e tangíveis, a religiosa estará apta para os deveres de seu estado, conforme ponderava Plinio Corrêa de Oliveira: ” O homem recolhido no pensamento é contínuo na ação”.

A prática da castidade, pobreza e obediência

Conta a tradição, que certo monge anacoreta debatia-se fortemente contra a tentação de abandonar a castidade unindo-se a uma mulher que com frequência lhe induzia ao pecado. Prescindindo dos auxílios sobrenaturais, cedeu à solicitação pecaminosa. Ao cair em si, dando-se conta do triste estado em que se encontrava, percebeu que a mulher era o próprio demônio que ria e zombava de sua fraqueza. Envergonhado de seu estado, entrou em desespero e entregou-se definitivamente aos prazeres mundanos.

Triste situação, porém não longe de nosso alcance. As concupiscências e desejos desenfreados constantemente nos solicitam ao pecado. Ora, se é verdade que padecemos da fomis peccati e das tentações do demônio, não podemos expor-nos ao perigo. Por este motivo, nas casas em que residem as religiosas, tem-se por norma vigente a clausura onde a consagrada mantém-se alheia ao mundanismo, pois a continência perfeita no celibato provém de um coração puro de apegos carnais às criaturas e de um desejo sempre mais sublime de se unir a Cristo.

Despojando-se de toda Sua Glória, quis o Verbo Eterno tornar-se réu de nossas culpas, assumindo a forma humana para nos redimir. Se assim procedeu o Criador, porque não renunciaríamos nós aos bens terrenos, infinitamente inferiores à glória de ser Deus? (cân. 600) Assim, para pôr em prática esta sobriedade, insinuam as normas, que as religiosas nada possuam sem que antes tenha sido previamente autorizado pela superiora, e que nada tenham de supérfluo.

arautosfeminino.jpg

Assinalava São Luís Maria Grignion de Monfort que “para esvaziar-nos de nós mesmos é necessário, todos os dias, morrer a nós mesmos: é preciso renunciar às operações das potências de nossa alma e dos sentidos do corpo; ver como se não víssemos, ouvir como se não ouvíssemos, servir-se das coisas deste mundo como se não nos servíssemos delas”. Desse modo, uma vez desprendidas dos bens tangíveis, as consagradas estarão aptas à prática da obediência, que consiste na renúncia do que no homem há de mais íntimo: a vontade própria. (cân. 601)

Na hierarquia da criação, há homens que foram constituídos para governarem os demais, e na voz destes, reconhece-se mais facilmente a vontade de Deus. Por este motivo, as religiosas estão ao dispor do beneplácito do Superior. Se forem enviadas às missões, lá estarão; à contemplação, lá contemplarão; às atividades, lá trabalharão, utilizando sempre o dizer de Samuel: Praesto Sum!

Por: Irmã Maria Cecília Lins Brandão Veas

Deixe seu comentário

Notícias Relacionadas