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A Mártir do Silêncio

Redação (Quinta-feira, 21-02-2013, Gaudium Press) – No dia 23 de fevereiro temos a alegria de comemorar o martírio de uma virgem muito singular…

Está Santa foi nomeada como a principal padroeira da cidade de Astorga, Espanha, tendo entregue sua alma a Deus no ano de 252, por ocasião da perseguição furibunda realizada por Décio e por seu sequaz Paterno, governador desta região.palma.jpg

Paterno, ao tomar posse do território, o qual lhe cabia administrar, logo recebeu informações de que havia na cidade uma jovem de formosíssima de aparência e de muito ímpeto contra toda e qualquer pessoa que lhe quisessem retirar-lhe do caminho de sua Santíssima religião. Esta jovem chamava-se Marta.

O novo governador, frenético para utilizar-se do poder que seu novo cargo lhe concedia, decidiu chamar a juveníssima Marta para obrigá-la a sacrificar aos ídolos, pensando que não teria nenhuma dificuldade para persuadir uma pessoa tão jovem.

A moça, ao comparecer diante do pérfido administrador, deixou-o extremamente perturbado por causa de sua beleza e tão exuberante inocência, as quais resultavam em uma inimaginável força de alma a qual jamais havia visto.

Paterno, estando totalmente desconcertado com a aparência da jovem, tenta com muita delicadeza, persuadi-la a sacrificar aos deuses. Contudo, a jovem encantadora, a qual até então era como que um cordeiro, se transformou em um leão para defender sua Fé Católica, porém apenas com seu santo olhar, sem dizer uma só palavra.

O alcaide enfurecendo-se com Marta, apesar de não querer maltratá-la por causa de suas belas características, decide partir para a tortura, estendendo-a sobre um cavalete, para ver se conseguia quebrar tamanha determinação. Marta, todavia, rezava em seu interior pedindo que Deus lhe concedesse forças para enfrentar tamanho tormento e, por esta tão grande prática de virtude, mantinha-se inteiramente serena a todas as torturas e, com ainda mais ímpeto, na decisão que havia tomado.

O iníquo governador, ao aproximar-se da futura mártir estendida sobre o cavalete, tenta pela última vez estilhaçar aquela convicção inquebrantável de Marta, a qual, para ele, era inteiramente incompreensível. Para tentar convencê-la, oferece-lhe premiá-la com as maiores honrarias as quais podia oferecer neste mundo dizendo:

Sacrificai aos deuses! Receberás como prêmio a liberdade destes torturadores, passarás a ser a esposa de meu filho e terás tudo o que quiseres neste mundo. Por que perder tamanha beleza e tão sublime futuro? Sacrifique aos deuses e terás tudo o que quiseres…

Marta lhe dá o silêncio como resposta de tão desprezível prêmio, comparado ao que lhe concederá em breve o Rei dos reis e Senhor dos senhores: Nosso Senhor Jesus Cristo.

O governador, terrivelmente amedrontado e furibundo com tão extraordinária fidelidade a Deus de uma moça como ela, perde inteiramente o controle psíquico e ordena aos seus sanguinários carrascos que a sentença daquela jovem, por ter desobedecido as suas ordens, deva ser a decapitação, e que esta seja executada imediatamente.

Este martírio se realiza somente por causa de uma jovem que tendo uma fidelidade e uma Fé admiráveis, colocou em pânico, sem ser necessário dizer uma palavra, aquele que se achava onipotente em seu posto.

Após o martírio da Santa virgem e mártir Marta, seu corpo foi lançado em uma das fossas existentes na cidade e, mais tarde, foi retirado desse imundo lugar para ser sepultado junto aos corpos de outros gloriosos santos mártires.

Assim vemos que belo exemplo de vida Santa Marta nos oferece, pois não perdeu a confiança em Deus nem mesmo nos piores momentos de sua vida, fazendo com que aquele que se jugava onipotente, fosse derrotado por uma simples moça de aparência privilegiada.

Peçamos por intercessão de Santa Marta de Astorga para nunca nos deixarmos intimidarmos por todos os “Paternos” que encontremos em nossos caminhos e que sempre tenhamos a mesma firmeza de alma de que esta jovem, virgem e mártir, teve, sem se deixar intimidar por aquele era capaz de matar o corpo, porém não a alma.

Celso Ryos Fernades

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